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Bloomberg
Publicado em 26 de maio de 2021 às 11h57.
Última atualização em 26 de maio de 2021 às 12h27.
Por Charles Daly, da Bloomberg
A ministra de igualdade de gênero da Suécia está mirando no que ela diz ser uma diferença “horrenda” de riqueza entre os gêneros.
Marta Stenevi, que é ministra da coalizão Verde-Social Democrata da Suécia desde fevereiro, diz que as mulheres estão atualmente em desvantagem perpétua quando se trata de acumular capital. Ela quer uma política governamental para corrigir esse desequilíbrio.
Mesmo na Suécia, que é geralmente considerada uma sociedade mais igualitária do que a maioria, as mulheres têm quase 30% a menos de renda na aposentadoria do que os homens, de acordo com um relatório de março da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Entretanto, a Comissão Europeia estimou que nenhum país está a caminho de alcançar a igualdade de gênero até 2030.
“A diferença na renda foi tão grande na última década que manteve a disparidade que tínhamos há 25 anos”, disse Stenevi durante uma recente conferência digital organizada pela SEB AB.
A desigualdade de riqueza entre homens e mulheres recentemente levou o maior banco da Suécia a oferecer consultoria financeira aos clientes para ajudar a romper com essa tendência. Carina Akerstrom, presidente-executiva do banco Svenska Handelsbanken, disse no mês passado que os consultores financeiros estão sendo treinados novamente para ajudar clientes do gênero feminino a alcançar o nível de riqueza obtido por homens.
O governo da Suécia nomeou uma comissão em março para estudar a redução da desigualdade de renda entre os gêneros. As áreas que serão focadas incluem salários, bem como a distribuição de fundos públicos. O relatório final deve ser publicado em fevereiro do próximo ano.
A falta de igualdade de renda hoje “é muito preocupante”, disse Stenevi. E a imagem fica ainda mais sombria quando se olha para a igualdade racial, segundo ela.
Citando um relatório publicado em março, a ministra disse que, “enquanto estamos estagnados na representação [das mulheres] nos conselhos executivos, a situação é ainda pior quando olhamos para etnia”.