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Microsoft amplia acordo com a brasileira Re.green e compra 3,5 milhões de créditos de carbono

A parceria entre a bigtech e a startup visa restaurar 33 mil hectares de áreas da Amazônia e Mata Atlântica – uma área equivalente a três vezes a cidade de Paris; valores não foram divulgados

O acordo foca na restauração ecológica de áreas críticas na Amazônia e Mata Atlântica, biomas mais biodiversos do mundo e que sofrem com a degradação florestal (Bússola/Divulgação)

O acordo foca na restauração ecológica de áreas críticas na Amazônia e Mata Atlântica, biomas mais biodiversos do mundo e que sofrem com a degradação florestal (Bússola/Divulgação)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 23 de janeiro de 2025 às 12h18.

Última atualização em 23 de janeiro de 2025 às 12h27.

Em um mundo que teme os reflexos de Trump nos EUA e uma possível retração de empresas mundiais frente a políticas ESG, a gigante americana Microsoft sinalizou querer ampliar ainda mais o papel do Brasil como líder global em soluções baseadas na natureza -- e quer impulsionar o mercado de carbono.

Durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, a bigtech anunciou a expansão de um acordo firmado em 2024 com a brasileira Re.green, voltado à remoção de CO2 da atmosfera e restauração de 33 mil hectares de áreas degradadas na Mata Atlântica e Amazônia.

O compromisso firmado soma 17.500 hectares aos 15.500 da primeira fase referentes a maio do ano passado, realizados por meio da compra de quase 3,5 milhões de toneladas de CO₂. A área equivale a três vezes a cidade de Paris ou 200 vezes o Parque Ibirapuera, em São Paulo.

Embora o valor do investimento não tenha sido divulgado, a Microsoft tem pago mais de US$ 50 (R$ 298,5) por tonelada de CO2, segundo a imprensa internacional. Em dezembro de 2023, também fechou um contrato milionário de créditos de carbono com a Mombak e vai de um encontro a uma série de investimentos de bigtechs neste mercado .

É o caso também da Meta, ao anunciar a aquisição de 1,3 milhão de créditos  de remoção de CO2 com o BTG Pactual TIG no final de 2024. 

Fundada em 2022, a Re.green se posiciona pela atuação para além do reflorestamento, focando em restauração ecológica em escala. Seu primeiro projeto foi na Fazenda Ouro Verde, no sul da Bahia, em uma propriedade de 336 hectares que faz parte da Mata Atlântica.

No primeiro acordo firmado no ano passado com a Microsoft, já foram reflorestados mais de 4,4 milhões de mudas de 80 espécies nativas em 11.000 hectares de pastagens degradadas ou abandonadas, 230 pessoas empregadas e parceria com 29 viveiros locais para atender á demanda por mudas nativas, destacou comunicado. 

As terras recuperadas já beneficiam as regiões do Pará, Maranhão, Bahia, Rio de Janeiro e Minas Gerais e em um dos locais, a Fazenda Entre Rios, em Maracaçumé, inclui a participação de 300 extrativistas de açaí e bacaba em práticas sustentáveis, promovendo segurança alimentar e renda para as comunidades. 

Thiago Picolo, CEO da re.green, destacou que um segundo compromisso reforça a colaboração e compartilhamento de soluções baseadas na natureza de alta integridade e disse estar entusiasmado para ampliar o impacto e alcançar mais áreas. "Restaurar esses biomas, que abrigam a maior biodiversidade do planeta, representa uma das maiores oportunidades para a descarbonização em larga escala". 

O projeto faz parte de um movimento maior de combate às mudanças climáticas e restauração de ecossistemas vitais. Segundo a startup, vai além dos benefícios climáticos e reestabelece a diversidade, funções naturais das florestas e aumenta o habitat para espécies endêmicas, raras e ameaçadas -- ao mesmo tempo em que promove o desenvolvimento local das regiões.

"É fundamental para a transição justa, garantindo serviços ecossistêmicos que sustentam meios de vida florestais e atividades produtivas importantes para a economia brasileira", acrescentou no comunicado. 

Brian Marrs, Diretor Sênior de Remoção de Carbono e Energia da Microsoft, celebrou a expansão do acordo e destacou que alcançar a meta da companhia de ser carbono negativo até 2030 exigirá explorar uma ampla gama de soluções de remoção de carbono, como as SBNs. "Estamos empenhados em apoiar soluções que vão além de sequestrar CO2, melhorando simultaneamente os resultados sociais e ecológicos", frisou.

Áreas restauradas

Na Amazônia, o projeto abrange a borda leste do bioma, entre o oeste do Maranhão e o leste do Pará, uma área considerada crítica dentro do arco do desmatamento.

Já na Mata Atlântica, o foco é no sul da Bahia, no corredor central de biodiversidade do bioma, onde há uma alta diversidade de espécies arbóreas, e no Vale do Paraíba, englobando partes do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. Esta área faz parte do corredor de biodiversidade do sudeste da Mata Atlântica, conectando grandes sistemas montanhosos que funcionam como “torres d’água” e protegem habitats de muitas espécies ameaçadas, explicou a Re.green.

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