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Melhoramentos investe R$ 40 milhões em fábrica de embalagens sustentáveis 68% mais limpas em carbono

Inovação, focada no setor de alimentos, se decompõe em 75 dias e resiste a temperaturas de até 220 ºC

A operação gerará 40 empregos diretos na região Sul de Minas (Melhoramentos/Divulgação)

A operação gerará 40 empregos diretos na região Sul de Minas (Melhoramentos/Divulgação)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 25 de junho de 2025 às 17h32.

Última atualização em 25 de junho de 2025 às 17h45.

A Melhoramentos – companhia de capital aberto que atua nos setores editorial, florestal e imobiliário – inaugurou nesta quarta-feira sua nova fábrica de embalagens sustentáveis Biona, em Camanducaia (MG).

A nova fábrica conta com investimento inicial de R$ 40 milhões, gerando uma capacidade de produção de 60 milhões a 80 milhões de embalagens ao ano. A indústria deve ser focada em atender o setor de alimentos, com foco em resistir a gordura, umidade e temperaturas extremas. O objetivo é substituir de forma sustentável as embalagens de plástico de uso único.

O novo material é compostável e tem sua decomposição completa em cerca de 75 dias. O diferencial não está apenas na origem renovável das embalagens – feitas de fibra de celulose –, mas nos números que emergem de um estudo inédito sobre pegada de carbono. A pesquisa, conduzida pela consultoria Planton, revelou que a Biona emite apenas 22,37 gramas de CO₂ equivalente por unidade, índice 68% menor que embalagens de polietileno convencionais.

"Esperávamos um bom desempenho, mas um índice de apenas 22,37 gCO₂e coloca a Biona como uma inovação que ajudará as indústrias em suas metas de redução de CO₂", avalia Carolina Alcoforado, diretora de Inovação e Novos Negócios da Melhoramentos.

A substituição de 1 milhão de embalagens plásticas tradicionais por Biona economizaria 17,4 toneladas de CO₂ anualmente – equivalente ao consumo energético de 145 residências por um ano inteiro.

Tecnologia sustentável

Rafael Gibini, CEO da Melhoramentos, vê na integração vertical da empresa – que vai da produção de madeira à celulose – o elemento que viabiliza custos competitivos. "Estamos unindo nossa experiência em base florestal renovável a tecnologias inovadoras para oferecer uma solução zero plástico", explica.

A operação gerará 40 empregos diretos na região sul de Minas, onde a Melhoramentos já mantém há oito décadas suas operações florestais.

A escolha da localização não foi casual. Camanducaia fica no coração da região onde a empresa extrai fibras de celulose de alto rendimento, garantindo integração logística e redução de custos de transporte – fatores que contribuem para manter a pegada de carbono baixa.

Um dos trunfos da Biona está no fim da linha. Diferentemente do plástico convencional, que pode levar séculos para se decompor, a nova embalagem oferece duas rotas de descarte: pode ir para a composteira ou para a reciclagem tradicional de papel.

A Planton, empresa B certificada responsável pela pesquisa, comparou a Biona com seis tipos diferentes de embalagens: polietileno (PEAD), polpa moldada chinesa, PET, polipropileno e papel-cartão com revestimento plástico. Em todos os cenários, a embalagem brasileira apresentou desempenho superior.

Para o mercado brasileiro, que busca alternativas sustentáveis sem abrir mão da funcionalidade, a Biona representa uma guinada na direção certa. A questão agora é se conseguirá conquistar os players do setor alimentício e, principalmente, se o consumidor final abraçará mais essa mudança em seus hábitos de consumo.

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