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Marketing de influência: representação LGBTQ+ lidera, mas inclusão racial e etária enfrenta desafios

Estudo da Agência Mosaico revela contrastes na diversidade de campanhas de marcas brasileiras: mesmo com setores de beleza e vestuário em destaque, lacunas persistem

Enquanto 82,1% dos criadores de conteúdo conseguem lembrar de marcas que incluem influenciadores LGBTQIAPN+ em suas campanhas, apenas 35% citam marcas que trabalham com diversidade racial (Nacho Doce/Reuters)

Enquanto 82,1% dos criadores de conteúdo conseguem lembrar de marcas que incluem influenciadores LGBTQIAPN+ em suas campanhas, apenas 35% citam marcas que trabalham com diversidade racial (Nacho Doce/Reuters)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 29 de julho de 2025 às 11h02.

Última atualização em 29 de julho de 2025 às 11h48.

Enquanto grandes empresas americanas como Google, Microsoft e Disney voltaram atrás em diversidade e inclusão após a posse de Trump, o Brasil segue na contramão com o aumento de investimentos e novas vagas afirmativas no mercado de trabalho.

Mas e quando se trata de representatividade em campanhas de marcas brasileiras? Uma nova pesquisa da Agência Mosaico, pioneira no marketing de influência com foco em diversidade no Brasil, revela que a representação LGBTQIAPN+ está em alta no setor de criadores de conteúdo

Após ouvir 246 influenciadores diversos em todo o país, os dados mostram um cenário de contrastes. Mesmo com avanços significativos, há lacunas entre os grupos em inclusão, especialmente no recorte racial e etário.

Enquanto 82,1% dos criadores de conteúdo conseguem lembrar de marcas que incluem influenciadores LGBTQIAPN+ em suas campanhas, apenas 35% citam marcas que trabalham com diversidade racial.

Por outro lado, a "inclusão sazonal" é um possível reflexo de ações pontuais e não duradouras: o Mês do Orgulho concentra 20,73% destes picos de trabalho dos influenciadores diversos, superando até mesmo datas comerciais consolidadas como Black Friday (15,85%) e Dia dos Namorados (10,57%).

No recorte etário, há outro gargalo. A faixa predominante ficou entre 26 e 35 anos (59,8%) e 36 a 45 anos (22,8%), com baixíssima participação de jovens de 15 a 19 anos (0,8%) e pessoas com mais de 60 anos (1,6%).

Já a diversidade regional aparece como relevante: 41,5% dos influenciadores estão fora do eixo Rio e São Paulo e 15,9% em comunidades periféricas.

Além disso, a inclusão de corpos diversos apresenta boa visibilidade, com 76% de lembrança, contrastando com os baixos índices de representação de influenciadores mais velhos (32,1%) e pessoas com deficiência (38,6%).

Segundo a Mosaico, a composição dos participantes da pesquisa também reflete as disparidades: 50,8% se identificam como brancos, 28,5% como pretos, 16,3% como pardos, 3,7% como amarelos e apenas 0,8% como indígenas. Entre as vertentes mapeadas, 60,2% representam a comunidade LGBTQIAPN+, enquanto 40,2% se consideram parte da diversidade racial.

Experiência positiva dos creators

Embora os próprios criadores de conteúdo identifiquem os obstáculos no mercado de influência, 92,3% relatam experiências positivas de trabalho com marcas, valorizando principalmente a liberdade criativa, autenticidade, relacionamento, alinhamento com propósito e valores, e a representatividade genuína.

A preferência por mega influenciadores e celebridades é apontada por 43,7% deles como principal barreira, seguida pela falta de representatividade nas campanhas (27,3%), orçamentos reduzidos para influenciadores diversos (25,7%) e a persistência de preconceitos e estereótipos (20,4%).

Os setores que lideram

Os setores de Beleza, Higiene e Perfumaria (60,2%) e Vestuário e Acessórios (44,3%) lideram as ativações com influenciadores diversos. Por outro lado, áreas como Concessionárias e Montadoras (40,8%), Serviços Financeiros (28%) e Saúde e Academia (26,4%) são percebidos pelos criadores como menos inclusivos, mantendo um padrão que não reflete a diversidade do público brasileiro.

O universo dos micro influenciadores (10.001 a 100.000 seguidores) representa 54,5% da amostra, seguido pelos meso influenciadores (26%). O Instagram permanece como a principal plataforma de trabalho para 86,18% dos participantes, enquanto TikTok (8,54%) e YouTube (3,25%) apresentam menor relevância no segmento.

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