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A capital amazonense produz cerca de 1 milhão de toneladas de lixo por ano e apenas 2% é encaminhado para a reciclagem (Divulgação)
Repórter de ESG
Publicado em 19 de julho de 2025 às 08h00.
Última atualização em 19 de julho de 2025 às 16h54.
Na Amazônia, Manaus deu início ao desenvolvimento do mais ambicioso projeto de resíduos sólidos -- e quer beneficiar pelo menos 2,5 milhões de pessoas, além de formalizar o trabalho de catadores informais.
Dentro de um modelo de Parcerias Público-Privadas (PPP), a iniciativa se propõe a unir inovação tecnológica, sustentabilidade e inclusão social e será leiloada na bolsa brasileira B3 ainda este ano.
Após a assinatura do contrato, todas as estruturas devem ser implementadas até o final de 2028.O contexto é desafiador: a capital amazonense produz cerca de 1 milhão de toneladas de lixo por ano e de duas a três mil toneladas diárias de resíduos domésticos, enquanto apenas 2% de todo o lixo gerado é destinado para a reciclagem.
Com mais de 2,2 milhões de habitantes, há uma série de desafios estruturais severos no tratamento, reaproveitamento e financiamento da gestão de resíduos sólidos.
Na prática, a estrutura contempla um centro tecnológico equipado com triagem automatizada, aproveitamento energético por biogás, tratamento de chorume e sistema de coleta seletiva.
O objetivo é gerir o alto volume de resíduos gerados pela região metropolitana e evitar o descarte em lixões com potencial altamente poluente.
Os catadores são responsáveis por quase 90% do lixo reciclado no Brasil, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Neste cenário, existem mais de 800 mil catadores de materiais recicláveis, muitos trabalhando na informalidade e sem acesso a direitos básicos.
Segundo o prefeito David Almeida, o diferencial da parceria está no componente social: além da formalização dos catadores, inclui uma creche comunitária, uma escola ambiental e programas de capacitação profissional para famílias que hoje vivem da coleta informal.
Inspirado em soluções já aplicadas em outras cidades brasileiras e internacionais, o modelo de Manaus será apresentado diretamente a investidores na B3, com expectativa de atrair grupos interessados já na fase inicial.
Com apresentação prevista na COP30, que será realizada em Belém em novembro, o projeto busca se tornar referência para outros locais e 'vitrine' de sustentabilidade, justiça social e inovação na gestão pública de resíduos sólidos.