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Maioria dos brasileiros está disposta a pagar mais por produtos ecológicos, diz estudo

Levantamento da Ecolab também revelou que 87% dos consumidores estão preocupados com o acesso à água limpa e segura e 58% pararam de usar ou comprar itens devido à quantidade do recurso utilizado na produção

A análise mostrou que uma maior preocupação com o acesso a água levaria a um aumento no consumo consciente  (ArtMarie/Getty Images)

A análise mostrou que uma maior preocupação com o acesso a água levaria a um aumento no consumo consciente (ArtMarie/Getty Images)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 2 de outubro de 2024 às 17h50.

Última atualização em 2 de outubro de 2024 às 18h02.

Uma maior preocupação com o acesso à água limpa e segura leva os brasileiros a escolherem produtos mais ecológicos e a fazerem compras mais conscientes no dia a dia. É isso que revelou o estudo anual Watermark da Ecolab, empresa de soluções e serviços relacionados à água, que traz dados sobre a gestão do recurso em todo o mundo. Segundo a análise de 2024, a América Latina é a região em que os consumidores mais entendem que a questão hídrica exige atenção imediata.

No Brasil, 87% da população está preocupada com seu acesso, e isso também se reflete no consumo: 78% dos consumidores estão dispostos a pagar mais se o produto for sustentável, e mais da metade (58%) pararam de usar ou comprar itens devido à quantidade de água necessária em sua produção. As pessoas que moram em áreas urbanas são as que mais estão em alerta (87%), enquanto a preocupação cai em subúrbios (82% e 85%) e em áreas rurais (81% e 88%).

"Os consumidores que vivem em áreas urbanas estão demonstrando uma nova consciência dos desafios ambientais que o mundo está vivendo devido às adversidades cada vez mais presentes nas cidades, como ondas de calor prolongadas, longos períodos de estiagem, infraestrutura sobrecarregada ou acesso desigual à água e ar limpos, por exemplo", disse em nota Ney Souza, Diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia da Ecolab na América Latina.

Quando questionados sobre de quem é a responsabilidade pela conservação do recurso, a maioria dos latino-americanos atribui ao governo e às empresas — mas também entendem que ambos não estão cumprindo suas metas de sustentabilidade.

No Brasil, menos da metade (49%) acredita que líderes governamentais e empresariais têm feito um bom trabalho nesse sentido, enquanto a porcentagem sobe para 51% quando o tema é o combate às mudanças climáticas. Já em relação ao progresso das metas sustentáveis de um ano para cá, apenas 58% dizem que houveram avanços suficientes por parte das empresas e 57% dos governos.

Por outro lado, a América Latina é uma das regiões mais otimistas quanto à possibilidade de mitigar a crise da água com ações corretas e imediatas.

Entre outros destaques do Brasil, a pesquisa mostra que 44% dos consumidores atribuem à agricultura a maior responsabilidade no uso da água, 37% à mineração e 37% à indústria de alimentos e bebidas; 40% acreditam que o setor de mineração tem maior responsabilidade na redução do uso geral de água, 39% atribuem à agricultura e 33% à indústria de alimentos e bebidas. Além disso, a maioria valoriza a transparência dos relatórios de sustentabilidade e acredita no progresso quando as ações são bem comunicadas (56%).

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