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Maior rede de sementes nativas do Brasil recupera mais de 10 mil hectares no Cerrado e Amazônia

Rede de Sementes do Xingu (RSX) atua na restauração ecológica de áreas degradadas, desenvolvimento social e geração de renda a partir de uma técnica batizada de "muvuca de sementes"

As mulheres são protagonistas na atividade sustentável e o projeto também significa desenvolvimento social (Divulgação)

As mulheres são protagonistas na atividade sustentável e o projeto também significa desenvolvimento social (Divulgação)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 1 de junho de 2025 às 10h00.

Última atualização em 1 de junho de 2025 às 23h52.

A Amazônia e o Cerrado representam boa parte do desmatamento no Brasil e a Rede de Sementes do Xingu (RSX) desenvolve um trabalho de restauração ecológica para reverter o cenário de ameaça a estes biomas tão essenciais.

Em 17 anos de atuação, chegou a um feito grandioso e recuperou mais de 10,8 mil hectares de áreas degradadas. 

Com mais de 700 coletores e coletoras de sementes, a rede é considerada a maior e mais diversa de sementes nativas para reflorestamento do país e reúne comunidades indígenas, rurais e urbanas do Mato Grosso.

Com inovação social, a organização utiliza uma técnica batizada de "muvuca de sementes", ainda pouco reconhecida no país, mas que tem demonstrado alta eficácia na recuperação florestal.

A prática consiste em uma mistura diversificada de sementes nativas que acelera a recuperação da biodiversidade local. Diferentemente dos métodos convencionais, se destaca pela eficiência e baixo custo, permitindo a ampla utilização em grandes áreas degradadas ao simular os processos naturais de sucessão florestal.

"A muvuca é uma mistura de sementes com ciclos de vida e funções biológicas distintas e complementares, estrategicamente pensada para estruturar uma nova floresta no futuro", explicou Renato Nazário, técnico de Restauração Ecológica da instituição.

As plantas originadas apresentam melhor adaptação ao ambiente, aumentando sua resistência a condições adversas. O método também contribui para a recuperação da fertilidade do solo, retenção de água e regulação do clima, promovendo um ecossistema mais resiliente e equilibrado.

Apoio do BNDES

A Rede de Sementes do Xingu foi selecionada por edital para receber apoio do Projeto Floresta Viva, uma iniciativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) realizada com apoio da Norte Energia, Fundo Vale e Grupo Energisa.

O projeto tem como objetivo recuperar áreas degradadas e promover a conservação da biodiversidade, com foco no combate às mudanças climáticas.

Uma das metas é fornecer sementes para iniciar a restauração de 200 hectares na bacia do rio Xingu pelos próximos quatro anos.

Impacto social e protagonismo feminino

Os benefícios da iniciativa vão além da recuperação ambiental. A comercialização das sementes impulsiona a geração de renda e o protagonismo feminino, com 76% da força de trabalho da rede composta por mulheres.

A coleta em grupo fortalece os laços comunitários e promove benefícios para a saúde mental, com relatos também de melhora em quadros de depressão e ansiedade.

Vera Alves, moradora de 55 anos de Nova Xavantina, é um retrato desta transformação. Desde que ingressou na rede em 2012, ela conquistou independência financeira, conseguiu adquirir bens como moto e carro, melhorou sua casa e superou a depressão através do contato com a natureza.

Diversidade

A diversidade da muvuca se reflete também nos agentes envolvidos no projeto, já que aproxima grupos sociais historicamente distantes, como comunidades rurais e indígenas, técnicos, pesquisadores, empresas e grandes proprietários de terra em um "ninho de produção".

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