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Maior projeto eólico offshore do mundo avança em meio a tensões energéticas

Empreendimento no leste da Escócia deve fornecer energia limpa para até 6 milhões de residências britânicas e será leiloado em agosto

Parque eólico offshore (Getty Images)

Parque eólico offshore (Getty Images)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 31 de julho de 2025 às 17h30.

Em um contexto geopolítico complexo de tensões energéticas, a Escócia deu um passo decisivo em renováveis e avança com a construção do maior projeto eólico offshore do mundo.

O anúncio aconteceu logo após Donald Trump ter visitado o país europeu e reafirmado sua posição contra o parque eólico, criticando especialmente aqueles 'próximos a seus campos de golfe' na região. Na ocasião, o presidente americano também citou a cidade escocesa de Aberdeen como a "capital do petróleo da Europa" para defender a continuidade da exploração petrolífera. 

Com capacidade de 4,1 gigawatts, o empreendimento Berwick Bank da concessionária SSE está na costa leste escocesa e poderá fornecer energia limpa para até 6 milhões de residências britânicas.

Após uma década de desenvolvimento, o projeto finalmente chegou à etapa final antes de concorrer aos subsídios governamentais no próximo leilão de energia eólica, programado para acontecer em agosto.

O momento é estratégico para o Reino Unido, ao caminhar em direção a sua meta de descarbonizar quase a totalidade de sua rede elétrica até 2030 e diminuir a dependência de combustíveis fósseis poluentes.

Além do menor impacto ambiental, o Berwick Bank poderá agregar £ 8,3 bilhões em valor ao PIB britânico e gerar 9.300 postos de trabalho, sendo 4.650 deles no território nacional.

"Este é um marco fundamental para nossa estratégia de energia limpa", destacou a empresa em comunicado oficial, enfatizando o potencial transformador do projeto para a região.

Controvérsias do projeto

Por outro lado, o avanço do parque eólico não vem sem controvérsias. Especialistas alertam que a construção pode agravar as já elevadas contas elétricas dos consumidores britânicos, que estão entre as mais caras globalmente.

O mecanismo de subsídios do governo, que oferece preços fixos por 20 anos aos projetos vencedores dos leilões, é financiado através de impostos adicionais nas faturas dos usuários finais. Portanto, o empreendimento levanta questionamentos sobre o equilíbrio entre a urgência da crise climática e o impacto socioeconômico desta transição para uma economia de baixo carbono.

Outro ponto que é alvo de críticas diz respeito as restrições na rede elétrica nacional, por conta do aumento da demanda de investimentos em infraestrutura para acomodar a nova capacidade de geração..

Transição energética em curso

A divergência de opiniões reflete o debate sobre o futuro energético no mundo. Enquanto a Escócia abandona progressivamente seu passado petrolífero para abraçar as renováveis, líderes globais como Trump ainda defendem a continuidade dos combustíveis fósseis.

Segundo especialistas, o resultado do leilão no próximo mês será crucial para definir não apenas os próximos passos do projeto, mas também o ritmo da transição energética britânica e o cumprimento das metas climáticas do Reino Unido.

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