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Maior projeto de logística reversa do país reciclou 200 mil toneladas de embalagens em 2024; conheça

Mãos Pro Futuro, da ABIHPEC, já alcançou 1,3 milhão de toneladas de resíduos que deixaram que ir para aterros; projeto apoia cooperativas e catadores em produtividade e qualidade de vida

trabalho inclui investimentos focados na segurança do trabalho, na qualidade de vida e no pagamento aos catadores (Mãos Pro Futuro/Divulgação)

trabalho inclui investimentos focados na segurança do trabalho, na qualidade de vida e no pagamento aos catadores (Mãos Pro Futuro/Divulgação)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 12 de setembro de 2025 às 15h13.

Última atualização em 12 de setembro de 2025 às 16h33.

Mais de 200 mil toneladas de embalagens recicladas: esse é o alcance de 2024 do Mãos Pro Futuro, projeto de logística reversa de maior dimensão do país. A iniciativa, reconhecida pelo Ministério do Meio Ambiente, foi criada em 2006 pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC).

A meta é ampliar a reutilização de embalagens e materiais, reduzindo os efeitos ambientais da produção industrial e evitando que as empresas precisem recorrer a matéria-prima virgem.

Além de ampliar a reciclagem entre embalagens pós-consumo, o projeto ainda atua para estruturar cooperativas e associações de catadores, trabalhando em parceria com quase 200 organizações em 174 municípios brasileiros.

Fábio Brasiliano, diretor de desenvolvimento sustentável na ABIHPEC, conversou com a EXAME e apresentou dados exclusivos sobre o avanço do projeto ao longo dos 19 anos de atuação. Ele explica que o Mãos Pro Futuro iniciou sua operação mesmo antes de regulações exigirem que as empresas acompanhem o impacto do que produzem, especialmente na cadeia da reciclagem. “Boa parte das empresas que são nossas associadas já contam com uma trajetória ambiental consolidada, então o pioneirismo na reciclagem de embalagens foi natural”, explica.

Entre as companhias que se associaram à iniciativa estão gigantes como Natura, Boticário, P&G, Unilever, Bombril, Bauducco, Mondelez e Wickbold. A diversidade de empresas ocorre porque outras associações decidiram aderir ao projeto ao longo dos anos, como a Abimapi (Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados), Abipla (Associação Brasileira de Produtos de Limpeza e Afins), Abrafati (Associação Brasileira de Fabricantes de Tintas) e Abióptica (Associação Brasileira das Indústrias Ópticas).

Apoio a catadores e cooperativas

Na prática, as companhias associadas à ABIHPEC subsidiam o projeto: 80% dos recursos vão para as cooperativas de reciclagem, seja na melhoria de infraestruturas, compras de equipamentos, uso de softwares de gestão, capacitação técnica e contratos de remuneração justa. Os outros 20% vão para o suporte da operação. “Entendemos cedo que precisávamos colocar os catadores no centro da conversa ou ela não iria para frente. É a oportunidade de gerar impacto real na ponta da cadeia”, afirma.

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O trabalho inclui investimentos focados na segurança do trabalho, na qualidade de vida e no pagamento aos catadores, garantindo que sejam remunerados pelo processo de logística reversa, e não apenas pelas vendas das embalagens coletadas. Ao todo, o Mãos Pro Futuro já beneficiou mais de 5 mil catadores de material reciclado, sendo 53% mulheres e 3% de pessoas trans.

Só no ano passado, esses investimentos atingiram R$ 21,5 milhões, valor que segue na mesma taxa nos últimos 10 anos, segundo o diretor, focados na melhoria das cooperativas. “Muitos dos catadores vem de um cenário de fragilidade, sem formação básica ou ensino profissionalizante. Esse investimento ajuda na sua autonomia, a gerar mais produtividade e garantir seu crescimento profissional”, explica.

Benefícios da logística reversa

Brasiliano conta que, do ponto de vista econômico, não há uma grande diferença para as indústrias entre usar materiais novos ou reciclados para as embalagens. No entanto, o entendimento do impacto ambiental que os resíduos geram motivou as indústrias associadas a atuar no projeto. “Desde o começo optamos por um trabalho estruturante, que colaborasse para o legado das empresas, mas também melhorasse a qualidade de vida de catadores”, afirma.

Desde 2013, quando começaram as métricas, já foram mais de 1,3 milhão de toneladas de embalagens recuperadas. O benefício para o meio ambiente é na redução das emissões: só no ano passado, 706 mil toneladas de CO2 deixaram de ser emitidas, economia de 4,5 milhões de toneladas em 12 anos.

Como próximos passos, a ABIHPEC busca aumentar o número de cooperativas apoiadas por ano, especialmente em regiões com menos acesso. Por exemplo, no Acre, o programa só conta com uma cooperativa parceira, mas busca elevar essa taxa.

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