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Leilão recente indica retomada de projetos hidrelétricos no Brasil

Usinas vencedoras, porém, não possuem reservatórios que permitam armazenar água em momentos estratégicos

Hidrelétricas: leilão marca retomada de projetos e aponta para novas soluções com reservatórios. (Envato)

Hidrelétricas: leilão marca retomada de projetos e aponta para novas soluções com reservatórios. (Envato)

Publicado em 1 de outubro de 2025 às 14h00.

A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) realizou no último mês o 39º Leilão de Energia Nova, do tipo A-5 (que contrata energia para início de fornecimento cinco anos à frente). O certame registrou a contração de 65 novos empreendimentos hidrelétricos, totalizando 815,6 megawatts (MW) de capacidade instalada, com início de operação previsto para 2030.

O resultado representou  um sinal de retomada para a fonte hidrelétrica, após três anos sem contratação de novos projetos. Por quase uma década, a expansão hidrelétrica foi limitada por entraves ambientais, e também pelo crescimento das fontes alternativas como solar e eólica, as quais, além de apresentarem menor risco e menor prazo para implantação, têm sua competitividade estimulada pelas regras vigentes. Essa retomada foi viabilizada pela Lei 14.182/2021, relativa à privatização da Eletrobras, que incluiu a previsão de contratação compulsória de energia de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).

O governo classificou o certame como um marco da “retomada da contratação de hidrelétricas”. As usinas viabilizadas por esse leilão são um sinal muito relevante para o setor elétrico, mas não possuem reservatórios de regularização, ou seja, não permitem a acumulação de grandes volumes de água que poderiam ser utilizados nos momentos de maior necessidade do sistema. A falta dessa característica limita a contribuição dessas novas hidrelétricas para o sistema elétrico, além do fornecimento de energia.

A transição energética em curso, com a entrada de outras fontes renováveis, tem mostrado a necessidade de se adotar novas soluções de geração hidrelétrica com reservatórios, tais como as usinas reversíveis, que funcionam como verdadeiras baterias de água. Esse tipo de usina é capaz de armazenar energia durante o dia, quando há pico de geração solar, e liberá-la nos horários de maior consumo, no fim do dia e início da noite.

Essa nova diretriz do governo reforça a necessidade de um planejamento estratégico para implantação de alguns reservatórios de acumulação nas novas usinas hidrelétricas convencionais, onde seja possível, e de usinas reversíveis, neste caso acompanhado por aprimoramentos regulatórios que permitam valorizar adequadamente a provisão de flexibilidade e de capacidade de atendimento às necessidades do sistema nos momentos de maior demanda.

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