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Os custos modelados de adaptação nos países em desenvolvimento são estimados em US$ 215 bilhões por ano nesta década (Natnan Srisuwan/Getty Images)
Repórter de ESG
Publicado em 6 de novembro de 2023 às 12h31.
Última atualização em 6 de novembro de 2023 às 13h12.
O progresso na adaptação climática está desacelerando, afirma o "Relatório sobre a Lacuna de Adaptação Climática", publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Contudo, o momento é bastante crítico e pede aceleração das práticas para a mitigação de riscos em relação às mudanças climáticas.
“Em 2023, as mudanças climáticas se tornaram mais disruptivas e mortais: recordes de temperatura foram quebrados, enquanto tempestades, enchentes, ondas de calor e incêndios florestais causaram devastação. Esses impactos intensos nos dizem que o mundo deve, urgentemente, acabar com as emissões de gases de efeito estufa e aumentar os esforços de adaptação para proteger as populações vulneráveis. Nenhum dos dois está acontecendo”, diz Inger Andersen, diretora executiva do Pnuma.
O relatório conclui, por exemplo, que as necessidades financeiras de adaptação dos países em desenvolvimento são de dez a 18 vezes maiores do que os fluxos financeiros públicos internacionais. Isso é mais de 50% maior do que a estimativa anterior.
Os custos modelados de adaptação nos países em desenvolvimento são estimados em US$ 215 bilhões por ano nesta década. O financiamento de adaptação necessário para implementar as prioridades de adaptação domésticas é estimado em US$ 387 bilhões por ano.
Apesar dessas necessidades, os fluxos financeiros públicos multilaterais e bilaterais de adaptação para os países em desenvolvimento diminuíram 15%, chegando a US$ 21 bilhões em 2021.
Como resultado das crescentes necessidades de financiamento da adaptação e dos fluxos vacilantes, a atual lacuna de financiamento da adaptação é estimada entre US$ 194 bilhões e US$ 366 bilhões por ano. Com adaptação as necessidades de financiamento nos países em desenvolvimento serão provavelmente de dez a 18 vezes superiores. Ao mesmo tempo, o planejamento e a implementação da adaptação parecem estar estagnados. Essa incapacidade de adaptação tem implicações enormes para perdas e danos, principalmente para os mais vulneráveis.
O relatório identifica sete maneiras de aumentar o financiamento, inclusive por meio de gastos domésticos e financiamento internacional e do setor privado. Outros caminhos incluem remessas, aumento e adaptação do financiamento para pequenas e médias empresas e uma reforma da arquitetura financeira global. O novo fundo de perdas e danos também está presente no estudo, e mostra como adotar mecanismos de financiamento mais inovadores para atingir a escala de investimento necessária.
O relatório é publicado semanas antes do início da COP28, em Dubai. O evento, que terá cobertura in loco da EXAME, debaterá acordos para a mitigação dos danos das mudanças climáticas, as adaptações para o clima, entre outros temas.