ESG

Parceiro institucional:

logo_pacto-global_100x50

Investimentos climáticos impulsionam receita de 48% dos CEOs de energia no Brasil

Estudo da PwC divulgado nesta terça-feira (18) revela que a crise climática é o maior risco do setor e ações sustentáveis podem gerar resultados financeiros

Energia renovável: Lead Energy tem, sob sua gestão, 27 usinas renováveis, com um mix de energia verde, eólica, solar e biomassa (Lead Energy/Divulgação)

Energia renovável: Lead Energy tem, sob sua gestão, 27 usinas renováveis, com um mix de energia verde, eólica, solar e biomassa (Lead Energy/Divulgação)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 18 de março de 2025 às 16h15.

Investir em sustentabilidade deixou de ser só sobre ajudar o planeta, como também pode gerar resultados financeiros expressivos e evitar enormes prejuízos para empresas.

É o que reforça a 28ª edição da pesquisa Global CEO Survey divulgada pela consultoria PwC nesta terça-feira (18): 48% dos CEOs do setor de energia no Brasil relataram um aumento de receita ao apostar em investimentos climáticos nos últimos cinco anos. 

Não à toa, as mudanças climáticas foram apontadas por 31% dos executivos como o maior risco para o setor. Em seguida, vem a disrupção tecnológica (26%), os riscos cibernéticos (23%) e a instabilidade macroeconômica (23%).

A falta de mão de obra qualificada, embora menos citada em relação a outros setores, também preocupa: 20% dos líderes disseram que a escassez de talentos ainda é um entrave.

Adriano, da PwC, destacou à EXAME que os CEOs do setor estão intensificando seus esforços para mitigar os riscos climáticos e aqueles associados às crescentes regulamentações ambientais. Um dos principais movimentos observados é o ajuste dos portfólios de ativos, com o desinvestimento em combustíveis fósseis poluentes e a expansão em energias renováveis.

Além disso, investimentos em infraestrutura resiliente, como redes elétricas preparadas para lidar eventos climáticos extremos, estão se tornando cada vez mais uma prioridade estratégica.

"Não é apenas uma questão de adaptação, mas também de monetização da transição energética", disse o especialista. Segundo Adriano, os líderes estão explorando oportunidades de receita, como o hidrogênio verde e o biogás, além de aproveitar o mercado de carbono e o armazenamento de energia. Desta forma, a mitigação dos riscos climáticos se torna uma alavanca para o crescimento e a rentabilidade.

Por outro  lado, mais da metade (52%) dos CEOs ainda não vê resultados concretos a partir desses investimentos, com 64% afirmando que as ações de impacto positivo não geraram retorno significativo ou resultaram em apenas uma redução de custos.

Para muitos, o balanço é misto e reflete um desafio de alinhar sustentabilidade com viabilidade financeira, além de dificuldades em obter retornos imediatos.

Futuro é otimista, mas exige mudanças

Apesar dos desafios, as companhias do setor estão mirando o futuro com otimismo. A maioria dos CEOs (83%) espera uma aceleração da economia global e 77% da brasileira nos próximos 12 meses.

Apesar da confiança de curto prazo, a PwC indica um crescente temor quanto à sustentabilidade dos negócios a longo prazo: 51% dos CEOs acreditam que suas empresas não sobreviverão economicamente por mais de dez anos sem mudanças significativas.

Aposta em inteligência artificial

O uso de inteligência artificial (AI) também é uma tendência crescente no setor. Embora a expectativa de adoção tenha caído em relação ao ano anterior (de 55% para 48%), ainda assim 54% dos CEOs planejam integrar a tecnologia em suas plataformas.

Segundo os executivos, a busca por mais eficiência e inovação em processos é um reflexo da necessidade de adaptação às novas demandas e das oportunidades geradas pela transformação digital.

A diversificação do setor é outra aposta: 43% dos líderes afirmam que suas empresas começaram a explorar novos mercados nos últimos cinco anos, um movimento que aponta para a adaptação de um setor tradicionalmente rígido e regulado às novas necessidades de sustentabilidade e inovação tecnológica.

O estudo concluiu que embora o setor de energia enfrente desafios de adaptação frente à crise climática e uso de novas tecnologias, se mantém em movimento e procura novas formas de se reinventar para garantir crescimento no futuro.

Acompanhe tudo sobre:ESGEnergiaEnergia renovávelSustentabilidadeEconomia

Mais de ESG

Fundação Banco do Brasil destinará R$ 1 bilhão contra mudanças climáticas até 2030

Bill Gates é mais um a desembarcar dos compromissos climáticos?

Instituto C&A investe R$ 8 milhões para fortalecer diversidade e inclusão na moda

Parques estaduais batem 4 milhões de visitas em um ano e revelam potencial do turismo sustentável