ESG

Investidores da Amazon pressionam por auditoria sobre racismo

A segunda maior empregadora dos EUA tem sido criticada pelo tratamento dado aos trabalhadores enquanto a fortuna do CEO Jeff Bezos dispara

Jeff Bezos: CEO da Amazon diz que não quer ter clientes racistas  (David Ryder/Getty Images)

Jeff Bezos: CEO da Amazon diz que não quer ter clientes racistas (David Ryder/Getty Images)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 18 de dezembro de 2020 às 17h05.

Última atualização em 18 de dezembro de 2020 às 17h12.

(Bloomberg) -- Um investidor institucional da Amazon.com quer que a maior varejista online do mundo conduza uma auditoria sobre racismo e diversidade. Três outros acionistas pedem que a Amazon indique um funcionário para o conselho.

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O Fundo Comum de Aposentadoria do Estado de Nova York registrou uma resolução de acionistas para que a empresa avalie seu impacto sobre direitos civis, igualdade racial, diversidade e inclusão. O fundo de aposentadoria sugeriu que a Amazon solicitasse opiniões de funcionários e grupos de direitos civis para o relatório e as publicasse no site da empresa.

A segunda maior empregadora dos EUA tem sido criticada pelo tratamento dado aos trabalhadores enquanto a fortuna do CEO Jeff Bezos dispara. O fundo de aposentadoria de Nova York citou a suposta discriminação de trabalhadores negros e latinos da empresa, seus baixos salários e a exposição a condições de trabalho perigosas, incluindo a Covid-19, bem como a poluição do ar de centros de distribuição localizados em bairros de minorias.

“A Amazon tem dito que apoia o movimento nacional para identificar e acabar com o racismo sistêmico, mas continua a enfrentar acusações de discriminação racial”, disse Thomas P. DiNapoli, controlador do estado de Nova York e administrador do fundo de Nova York, que possui US$ 226 bilhões em ativos. A varejista pode se beneficiar ao estudar essas questões e desenvolver um plano para resolvê-las, bem como garantir que suas políticas e ações estejam realmente alinhadas com suas palavras, disse.

A Amazon está comprometida em criar “bons empregos” e com a “segurança e saúde de seus funcionários”, disse a empresa em comunicado. Entre outras iniciativas, “recrutamos ativamente pessoas de diversas origens para construir um local de trabalho solidário e inclusivo”, disse a varejista.

Dez resoluções foram registradas na quinta-feira por investidores, como fundações e gestoras socialmente responsáveis, para a temporada de procuração do próximo ano. O Interfaith Center on Corporate Responsibility, cujos 300 membros administram mais de US$ 2 trilhões, organizou o movimento de acionistas. Todos os anos, investidores da Amazon propõem uma série de resoluções, muitas das quais são rejeitadas.

A Oxfam America e os escritórios dos tesoureiros estaduais de Vermont e Rhode Island instaram a Amazon a colocar um funcionário horista no conselho. Segundo eles, a Amazon carece de representação de tais funcionários que entendam completamente as operações diárias da empresa.

“A Amazon desenvolveu uma reputação de comandar trabalhadores exaustos, deixando funcionários horistas - desproporcionalmente pessoas não brancas - sobrecarregados e mal pagos”, disse Sarah Zoen, assessora sênior de políticas do departamento do setor privado da Oxfam America.

Outras resoluções incluem pedidos de relatórios sobre os esforços da empresa para combater discurso de ódio, reduzir embalagens de plástico e o potencial uso indevido da tecnologia de reconhecimento facial da Amazon. Um solicitou uma política para que o cargo de presidente do conselho seja reservado para alguém que não tenha atuado anteriormente como diretor-presidente da empresa. Outro pediu que a Amazon divulgue suas políticas de lobby.

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