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Scott Stringer, da controladoria do estado de Nova York: somando esforços com empresas como Amazon, General Motors e Goldman Sachs para divulgar dados raciais, de gênero e etnia da força de trabalho (Bloomberg/Getty Images)
Leo Branco
Publicado em 28 de outubro de 2020 às 20h12.
Última atualização em 28 de outubro de 2020 às 21h59.
Uma nova coalizão de investidores institucionais e consultores, que administram mais de 3 trilhões de dólares em ativos, pressiona empresas de capital aberto nos Estados Unidos a divulgar a composição racial dos conselhos, em uma tentativa de aumentar a diversidade de diretores corporativos.
A Diversity Disclosure Initiative, liderada pelos tesoureiros do estado de Illinois, Michael Frerichs, e do estado de Connecticut, Shawn Wooden, pressiona empresas do índice Russell 3000 a revelar voluntariamente a composição racial e étnica de seus conselhos.
Muitos dos membros do novo grupo já têm ou avaliam políticas para votar contra indicados dos comitês que não divulgam a composição racial ou étnica dos conselhos em suas declarações anuais.
Em carta enviada na quarta-feira a todos os componentes do índice — que inclui a maioria das empresas de capital aberto nos Estados Unidos —, o grupo pede maior divulgação após os protestos do movimento Black Lives Matter que se seguiram ao assassinato de George Floyd pela polícia no início do ano.
O consórcio pede às empresas listadas que não divulgam dados raciais, étnicos e de gênero em declarações de procuração que o façam em documentos futuros a partir de 2021. Atualmente, poucas empresas divulgam essas informações.
A carta do grupo afirma que seus membros já ajudaram a fazer lobby por mais diversidade de gênero nos conselhos corporativos. Mulheres agora respondem por 22,6% dos assentos de conselhos das maiores empresas do Russell 3000, um aumento de 6,5 pontos percentuais nos últimos quatro anos.
Muitas empresas americanas estão, pela primeira vez, divulgando a raça de seus funcionários. Como parte de um impulso do controlador da cidade de Nova York, Scott Stringer, que também assinou a carta, Amazon, General Motors e Goldman Sachs estão entre as empresas que neste ano concordaram em divulgar dados raciais, de gênero e etnia da força de trabalho.
“Isso vem do desejo de fazer mais quando nosso país está nesta encruzilhada racial”, disse Wooden, de Connecticut, em entrevista.
A porcentagem de diretores negros continua baixa entre os conselhos das maiores empresas dos Estados Unidos, de acordo com análise de 25 de outubro da Russell Reynolds Associates.
A porcentagem de diretores que são negros, asiáticos, hispânicos ou de outras minorias raciais ou étnicas passou de 10% pela primeira vez no ano passado no Russell 3000, de acordo com o estudo.
Os diretores negros eram o maior grupo, com 4,1%. No S&P 500, o total de diretores negros aumentou em 2019, mesmo com a queda do número de empresas com diretores negros; 37% dos conselhos não tinham um diretor negro no ano passado, segundo a Russell Reynolds.
Investidores institucionais no setor de gestão de ativos, com cerca de 89 trilhões de dólares, podem usar sua influência para fazer as corporações reconhecerem que a diversidade também beneficia os resultados financeiros, disseram Frerichs e Wooden.