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Inovação no prato: Fundação Ellen MacArthur anuncia finalistas de desafio em economia circular

Ao todo, 57 empresas desenvolveram 141 produtos alimentícios que buscam regenerar a natureza; O Brasil contou com 11 projetos e alguns receberam apoio financeiro para ganhar escala

Os produtos vencedores foram apresentados durante evento da Fundação Ellen Macarthur  (Fundação Ellen Macarthur/Divulgação)

Os produtos vencedores foram apresentados durante evento da Fundação Ellen Macarthur (Fundação Ellen Macarthur/Divulgação)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 3 de fevereiro de 2025 às 12h28.

Última atualização em 3 de fevereiro de 2025 às 15h16.

Quais alimentos ajudam a regenerar a natureza e causam impacto positivo na cadeia global? Este foi o desafio proposto pela Fundação Ellen MacArthur e a Sustainable Food Trust em 2023: um convite para empresas repensarem sua produção e redesenharem novas soluções.

Após uma jornada de um ano e meio de pesquisa e desenvolvimento, 141 produtos foram anunciadas como finalistas seguindo os princípios da economia circular. 

Ao todo, 57 empresas de 12 países foram reconhecidas no desafio. Delas, 11 são brasileiras: Amazônia Agroflorestal, Amazonika Mundi, Bebajapí Bebidas Fermentadas, Cuíca, Horta da Terra, Mahta, Nude, Nutricandies, Puravida, Santa Food e Viva Regenera.

Luísa Santiago, diretora executiva da Fundação Ellen MacArthur para a América Latina, contou à EXAME que a jornada contou com quatro meses de aprendizado e em seguida, uma chamada de ideias.

Nem todas submeteram e aquelas que continuaram no desafio, passaram por uma avaliação rígida de métricas para entender se de fato as decisões de design do alimento eram circulares -- ou se poderiam ser "greenwashing". 

"A realidade é que a forma como a indústria alimentícia produz hoje, não leva em conta o que está acontecendo na sua cadeia de suprimentos. Nossa ideia foi então trazer a natureza para o centro. São produtos que capturam carbono, reconstroem ou favorecem a biodiversidade ou eliminam resíduos", destacou Luísa. 

As inovações vão desde um cereal proteico feito de biomassa de aveia a um blend em pó com ingredientes amazônicos como cogumeo Yanomami e castanha-do-Brasil.

Todos foram desenvolvidos com base no modelo de design circular de alimentos, que propõe escolhas estratégicas de ingredientes e embalagens para minimizar impactos ambientais. A proposta prioriza espécies variadas, reaproveitamento de coprodutos alimentares e práticas agrícolas regenerativas.

Assim como as matérias-primas, as embalagens também devem evitar a geração de resíduos e promover a reciclagem.

Investimento para pequenas empresas

O desafio incluiu um subsídio total de £570 mil (R$ 4,1 milhões) para 19 startups e pequenas empresas , visando ajudar em sua escala e na transformação dos conceitos em produtos reais para serem comercializados. No Brasil, Bebajapi Bebidas Fermentadas, Horta da Terra, Mahta e Nutricandies foram contempladas.

Além do incentivo financeiro, o Grupo Carrefour Brasil, um dos apoiadores do projeto, forneceu consultoria para adaptar os produtos ao varejo e ampliar a conscientização do consumidor. Segundo a rede varejista, seu envolvimento reforça a estratégia de fomentar modelos de negócios regenerativos e acessíveis.

Segundo Luísa, mexer nas grandes companhias gera um impacto significativo no sistema alimentar. "É um transatlântico. Precisamos trazer as maiores para perto e também garantir políticas públicas favoráveis", disse. 

A fase final do desafio, iniciada após o anuncio dos finalistas em 30 de janeiro, marca o começo da venda dos produtos, que serão distribuídos por varejistas parceiros como Quitanda, Casa Rica e Waitrose. Os consumidores poderão identificar as inovações pelo selo "Aliado da Natureza".

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