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O Governo deve centralizar o gerenciamento das hospedagens para a Conferência, prática que acontece nas COPs do clima e biodiversidade (Getty Images)
Repórter de ESG
Publicado em 17 de janeiro de 2025 às 09h54.
Desde que Belém foi anunciada como a sede da 30ª Conferência das Partes do Clima, especialistas questionam sobre a capacidade da cidade de hospedar os participantes esperados para o evento. Entre 10 e 21 de novembro deste ano, mais de 50 mil visitantes de todo o mundo devem se hospedar na cidade.
Por isso, o Governo Federal tem mobilizado diferentes frentes para receber os “turistas do clima”. A tarefa inclui adaptar escolas locais para a estadia dos visitantes e mobilizar navios como hotéis para o evento, que estão ainda em negociação.
Valter Correia, secretário extraordinário para a COP30, conta que a especulação imobiliária já tem pressionado os preços na capital paraense, tanto para o aumento desproporcional dos aluguéis quanto na compra de imóveis. “Esse movimento deve se estabilizar com o aumento da oferta de leitos na qual o governo está trabalhando”, disse.
O Governo deve centralizar o gerenciamento das hospedagens para a Conferência, prática que acontece nas COPs do clima e biodiversidade. O sistema catalogará toda a infraestrutura disponível, desde hotéis até residências particulares destinadas aos participantes credenciados.
Mais de R$ 170 milhões foram destinados para o financiamento da reforma das redes hoteleiras já existentes a partir do Fundo Geral de Turismo. O objetivo também é qualificar e ampliar o sistema de hospedagem na região.
A partir também da construção de novos hotéis, mais de 26 mil acomodações devem ser criadas para o evento, de acordo com nota do Governo. Seriam, de acordo com Correia, 4.500 leitos em cruzeiros, mil acomodações em novos hotéis, 11.500 vagas a partir do aluguel de casas e apartamentos. O restante deve ser gerado a partir do suporte das Forças Armadas, com 2.300 leitos, e a adaptação de escolas, que devem abrigar mais de 5 mil visitantes.
Os navios-hotel devem ser atracados no Porto de Outeiro, que também passa por obras para ampliar a capacidade técnica e logística exigidas pela Conferência do Clima. O secretário-extraordinário para a COP30 justifica a escolha do local. “É um porto que já é operacional e com necessidades de adequação que não envolvem dragagem. Com isso, o Porto de Belém poderá receber navios e barcos de menor porte”, conta.