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Gol contra? Pegada de carbono do futebol cresce e ameaça o próprio jogo

Estudo revela que esporte emite quantidade de CO₂ equivalente à Áustria, país com população de 9,1 milhões de pessoas

Para o autor do estudo, Dr. Stuart Parkinson, o futebol ainda subestima seu impacto ambiental devido à falta de dados (Getty Images/Getty Images)

Para o autor do estudo, Dr. Stuart Parkinson, o futebol ainda subestima seu impacto ambiental devido à falta de dados (Getty Images/Getty Images)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 3 de fevereiro de 2025 às 16h31.

Última atualização em 3 de fevereiro de 2025 às 17h23.

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O futebol pode estar marcando um "gol contra" no meio ambiente. Um estudo inédito do Instituto The New Weather estima que o esporte gera entre 64 e 66 milhões de toneladas de CO₂ equivalente por ano — volume comparável às emissões anuais da Áustria, país de 9,1 milhões de habitantes.

É a primeira avaliação global sobre o impacto ambiental da modalidade. Segundo a pesquisa, uma única partida da fase final da Copa do Mundo masculina emite de 44 mil a 72 mil toneladas de CO₂, o equivalente ao uso anual de até 51 mil carros.

As emissões vêm, principalmente, do transporte de torcedores e jogadores para partidas nacionais e internacionais, com destaque para viagens aéreas e rodoviárias que utilizam combustíveis fósseis. A construção de estádios com materiais intensivos em carbono e o alto consumo de energia também pesam na conta.

O estudo aponta que 93% das emissões estão concentradas em ligas de elite — que recebem mais de 1 milhão de espectadores por ano — e torneios internacionais.

Patrocínio de indústrias poluentes

A pesquisa também destaca o papel dos patrocínios de empresas altamente poluentes no aumento das emissões. Somente os setores de petróleo e gás fóssil investiram pelo menos R$ 5,6 bilhões no patrocínio de esportes como futebol, golfe, automobilismo e esportes de neve. De acordo com o estudo, essas parcerias podem aumentaras emissões de uma partida em até 350%.

A estratégia da Mapfre e Reservas Votorantim para neutralizar as emissões da seguradora até 2028

Para o autor do estudo, dr. Stuart Parkinson, o futebol ainda subestima seu impacto ambiental devido à falta de dados. “O setor é um grande poluidor e sua contribuição para as mudanças climáticas continua crescendo. Há pouca disposição por parte dos tomadores de decisão para avaliar adequadamente o problema, muito menos para tomar as medidas necessárias para reduzi-lo”, afirma.

Mudanças climáticas já afetam o jogo

Além de contribuir para as mudanças climáticas, o futebol já sente seus efeitos. A cidade de Los Angeles (Califórnia), devastada por incêndios florestais em janeiro, será palco de oito jogos da Copa do Mundo de 2026. Pesquisadores alertam que eventos extremos como esses estão se tornando mais frequentes devido ao aquecimento global.

No Brasil, a Supercopa Rei, disputada entre Botafogo e Flamengo, precisou ser interrompida por 1 hora no último domingo, 2, devido às fortes chuvas em Belém. No fim de 2024, a final masculina da Taça das Favelas foi cancelada por tempestades, levando São Paulo e Espírito Santo a dividirem o título.

A próxima Copa do Mundo pode enfrentar desafios ainda maiores. Um estudo publicado na Scientific Reports alerta que jogadores correm risco de estresse térmico extremo em dez dos 16 estádios que sediarão a competição devido ao calor intenso.

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