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Geração distribuída e armazenamento de energia no setor elétrico brasileiro

Como as decisões de pequenos consumidores alteram a operação e o planejamento centralizados do sistema

Ao instalarem sistemas fotovoltaicos, consumidores residenciais e comerciais diminuem sua dependência da geração centralizada, alterando o equilíbrio da oferta e da demanda. (Jonne Roriz/Bloomberg/Getty Images)

Ao instalarem sistemas fotovoltaicos, consumidores residenciais e comerciais diminuem sua dependência da geração centralizada, alterando o equilíbrio da oferta e da demanda. (Jonne Roriz/Bloomberg/Getty Images)

Rodrigo Gelli
Rodrigo Gelli

Colunista

Publicado em 12 de fevereiro de 2025 às 16h55.

As decisões dos consumidores no varejo, impulsionadas pela alta tarifa regulada, podem impactar significativamente o setor elétrico brasileiro. A adoção crescente de microgeração e minigeração distribuída (MMGD) solar, movida pela busca por autossuficiência energética e redução de custos, é um exemplo de como o comportamento do consumidor altera a dinâmica do sistema elétrico.

Ao instalarem sistemas fotovoltaicos, consumidores residenciais e comerciais diminuem sua dependência da geração centralizada, alterando o equilíbrio da oferta e da demanda no sistema e influenciando diretamente as necessidades de expansão e operação do setor.

A geração distribuída solar tem o efeito imediato de reduzir a demanda pela energia da rede durante o dia, quando a produção solar é alta, diminuindo a necessidade de acionar fontes de geração mais caras, usadas em horários de pico. No entanto, à medida que a capacidade solar cresce, surgem grandes rampas de carga: aumentos abruptos da carga ao final do dia, quando a produção solar diminui rapidamente.

Rampas de carga podem ser desafiadoras para a operação do sistema elétrico. Se não forem adequadamente gerenciadas, podem levar a situações de escassez de capacidade. Para enfrentar esse desafio de garantir o equilíbrio entre oferta e demanda, o operador precisa dispor de recursos flexíveis e de rápida resposta, como as usinas térmicas a gás natural. Contudo, essas usinas são caras para operar, o que pode pressionar os preços no mercado atacadista de energia.

A adoção de baterias de armazenamento pode atenuar esse impacto, pois permite que os consumidores armazenem o excesso de energia gerado durante o dia para  ser utilizado à noite. Seria uma oferta de energia mais constante, reduzindo a necessidade de se acionar a rede elétrica em horários de pico e ajudando a suavizar as rampas de carga. Ou seja, as baterias podem ajudar a equilibrar a oferta e demanda e, por consequência, reduzir a volatilidade dos preços de energia.

Esse cenário pode reduzir a necessidade de novas usinas de geração centralizada, no entanto, essa mudança exige um planejamento mais detalhado do setor elétrico, especialmente em relação às infraestruturas de transmissão e distribuição. A rede precisa ser adaptada para lidar com o fluxo bidirecional de energia, o que requer investimentos em redes inteligentes para garantir o equilíbrio eficiente entre oferta e demanda.

Em resumo, as decisões dos consumidores no varejo têm grande potencial para transformar o setor elétrico. A expansão da geração distribuída solar é um exemplo disso e sua potencial combinação com tecnologias de armazenamento deve ser o próximo. Essa combinação pode suavizar as rampas de carga, reduzir a necessidade de fontes flexíveis e diminuir a volatilidade dos preços.

Essa mudança exigirá infraestruturas de rede mais inteligentes e um gerenciamento eficaz da oferta e demanda para garantir a estabilidade e eficiência do sistema. O planejamento estratégico do setor elétrico precisa incorporar essas novas dinâmicas para manter o sistema adaptado às mudanças tecnológicas e ao comportamento dos consumidores.

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