ESG

Genial ou arriscada? acionistas do Softbank questionam estratégia do CEO

O Softbank registrou o maior lucro da história do Japão, mas há dúvidas quanto aos métodos de análise e de governança de seu fundador, Masayoshi Son

Msayoshi Son, fundador do Softbank: decisões de investimentos baseadas em feeling (Kim Kyung-Hoon/Reuters)

Msayoshi Son, fundador do Softbank: decisões de investimentos baseadas em feeling (Kim Kyung-Hoon/Reuters)

RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 23 de junho de 2021 às 06h00.

Última atualização em 23 de junho de 2021 às 07h15.

Esta reportagem faz parte da newsletter EXAME Desperta. Assine gratuitamente e receba todas as manhãs um resumo dos assuntos que serão notícia

Softbank, gestora japonesa que reúne uma série de investimentos em tecnologia, fez sua reunião de acionistas nesta quarta-feira, 23. Em pauta, estarão tanto os bons resultados obtidos recentemente, lucro de 42,5 bilhões de dólares, o maior da história do Japão, quanto as estratégias de investimento do fundador Masayoshi Son 

A expressão altos e baixos define com precisão o desempenho da gestora na pandemia. Nenhuma outra companhia pode se dar ao luxo de dizer que viveu, no período de 12 meses, o maior prejuízo, no início da pandemia, e o maior lucro da história. Mesmo com a volatilidade do período, é difícil conceber tamanha disparidade entre um resultado e outro.  

Analisando a conduta de Son, no entanto, é possível vislumbrar uma resposta. Uma reportagem da revista The Economist aponta que, mais do que confiar em dados, o investidor confia num certo sexto sentido, um feeling que o leva a colocar bilhões de dólares em startups de tecnologia, usualmente apostas arriscadas.  

Foi uma dessas apostas no feeling, no entanto, que levaram Son a mudar de vez para o setor de venture capital – anteriormente, o Softbank controlava as operações japonesas das operadoras de telefonia Vodafone e Sprint, compradas em 2006 e 2013, respectivamente. Alguns anos antes, Son havia investido 20 milhões em uma desconhecida empresa chinesa de comércio eletrônico chamada Alibaba. Hoje, a participação do Softbank na Alibaba vale mais de 140 bilhões de dólares.  

Essa aposta genial alçou Son à categoria de visionário da tecnologia. E ele seguiu comprando. Hoje, as principais apostas incluem a Bytedance (dona do TikTok), a plataforma de serviços para caminhões Full Truck Alliance, a empresa de coworking WeWork e a plataforma de caronas Grab.   

A questão é que outras apostas se mostraram não apenas erradas, mas beiraram a ilegalidade. O Softbank esteve envolvido nos dois maiores escândalos financeiros recentes: o da alemã Wirecard, empresa de pagamentos, e o da britânica Greensill. Ambas entraram em processo de falência após a descoberta de fraudes.  

É contra esse tipo de situação que o feeling de Son não parece ser muito efetivo. Seus acionistas agora querem garantir um certo nível de governança para evitar tantos altos e baixos. Afinal, montanha russa é divertido quando seu dinheiro não está em jogo.   

Acompanhe tudo sobre:Exame HojeSoftBankStartups

Mais de ESG

Mutirão de negociação: consumidores endividados têm até dia 30 para renegociar dívidas

Black Fralda dará descontos de até 70% em produtos infantis e sorteio de R$ 500 em fraldas

BTG vê "ventos favoráveis" e volta recomendar compra da Klabin; ações sobem

Loteria dos EUA busca apostador que ganhou R$ 17 milhões e não buscou prêmio