ESG

G7 mira alternativa verde à iniciativa de infraestrutura chinesa

A estratégia, que deverá ser chamada “Clean Green Initiative”, forneceria uma estrutura para apoiar o desenvolvimento sustentável e a transição verde nos países em desenvolvimento

Investidores estão fugindo da China. E isso poderia beneficiar o Brasil (Thomas Peter/Reuters)

Investidores estão fugindo da China. E isso poderia beneficiar o Brasil (Thomas Peter/Reuters)

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Bloomberg

Publicado em 1 de junho de 2021 às 12h28.

Por Alberto Nardelli, da Bloomberg

O Grupo dos Sete planeja lançar uma alternativa verde à iniciativa “Belt and Road” da China quando os líderes se reunirem na próxima semana, segundo duas pessoas a par do assunto.

A estratégia, que deverá ser chamada “Clean Green Initiative”, forneceria uma estrutura para apoiar o desenvolvimento sustentável e a transição verde nos países em desenvolvimento, disseram as pessoas. A iniciativa também estará na pauta da cúpula dos líderes.

Um plano apoiado pelo G7 para rivalizar com a estratégia de infraestrutura da China foi inicialmente sugerido pelo presidente dos EUA, Joe Biden, e apresentado em discussões técnicas entre diplomatas que preparam a reunião da próxima semana na Cornualha, na Inglaterra, disse uma das fontes.

A mesma pessoa disse que não está claro se seria investido dinheiro novo na iniciativa do G7, explicando que o objetivo inicial é a promessa de criar uma estrutura estratégica.

O gabinete do governo do Reino Unido não respondeu de imediato a um pedido de comentário.

A iniciativa de trilhões de dólares do governo chinês conseguiu o endosso de mais de 100 países, e sua rede de projetos e vias marítimas já está presente em muitas partes do mundo.

Mas críticos argumentam que os projetos geralmente criam uma dependência de dívida e expõem as nações à influência do governo de Pequim. Montenegro, membro da OTAN e candidato a entrar na União Europeia, é outro país que agora enfrenta dificuldades para pagar empréstimos à China.

Antes da cúpula da próxima semana, membros do G7 expressaram opiniões diferentes sobre o enfoque geográfico da iniciativa, disse uma das pessoas com conhecimento das discussões.

Alemanha, França e Itália desejam que o programa apoie atividades na África, enquanto os EUA defendem ações na América Latina e na Ásia. O Japão defende mais foco na região Indo-Pacífico. Mas todas as nações concordam com a necessidade de uma alternativa mais transparente ao programa chinês, acrescentou a pessoa.

Nos últimos anos, vários países do G7, assim como da UE, lançaram suas próprias iniciativas de infraestrutura com resultados conflitantes. Mais projetos estão a caminho.

A cúpula dos líderes do G7 está programada entre os dias 11 e 13 de junho.

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