ESG

Patrocínio:

espro_fa64bd

Parceiro institucional:

logo_pacto-global_100x50

Furacões nos EUA revelam a realidade do aquecimento global

Eventos climáticos extremos provocam cada vez mais prejuízos e danos às redes de energia e colocam pessoas em risco

Os recentes furacões Helena e Milton causaram prejuízos estimados em US$ 50 bilhões, cada. (Chandan Khanna/AFP)

Os recentes furacões Helena e Milton causaram prejuízos estimados em US$ 50 bilhões, cada. (Chandan Khanna/AFP)

Rafael Kelman
Rafael Kelman

Colunista

Publicado em 6 de novembro de 2024 às 14h00.

A presença cada vez mais contínua e destrutiva de furacões no planeta acontece devido a um fator: o tão temido aquecimento global, que intensifica a evaporação nos oceanos e transfere mais calor para a atmosfera. Algumas pesquisas indicam que furacões mais fortes, especialmente os de categoria 3 ou superior, seriam três vezes mais frequentes agora do que há 100 anos.

As tempestades também se intensificam mais rapidamente, dificultando a previsão de seus impactos. Ao mesmo tempo, a velocidade de deslocamento dos furacões vem diminuindo, o que faz com que provoquem mais danos.

Impacto dos furacões nos Estados Unidos

Os recentes furacões Helena e Milton causaram prejuízos estimados em US$ 50 bilhões, cada. E as tempestades têm absorvido mais vapor d’água e calor, com ventos fortes e chuvas recordes, provocando enchentes.

Locais usualmente impactados por furacões tendem a ter menor ocupação territorial e atividade econômica. No entanto, os furacões “turbinados” pelo aquecimento global podem chegar mais longe, atingindo áreas densamente ocupadas, com atividade econômica pujante. É fácil ver que seu poder destrutivo e os prejuízos decorrentes podem crescer exponencialmente.

Uma das infraestruturas mais afetadas pelos furacões são as redes de energia elétrica. É por isso que o Departamento de Energia dos EUA (DOE) anunciou investimento de US$ 2 bilhões em 38 projetos de transmissão de energia, que visam proteger a rede elétrica contra eventos climáticos extremos para reduzir os prejuízos para as comunidades. Essa decisão ocorreu logo após a devastação causada pelos furacões Milton e Helena no sudeste dos EUA, em outubro. O programa de apoio recebeu propostas que excederam em sete vezes o valor disponível para financiamento, destacando a necessidade urgente desses investimentos.

No caso do Brasil

As violentas rajadas de vento em São Paulo, que alcançaram 107 km/h no dia 11 de outubro, provocando interrupção no fornecimento de energia elétrica, assim como as devastadoras enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul, sugerem que o Brasil também deva reforçar suas redes de energia elétrica. Isto deve ocorrer caso fique claro que os critérios de planejamento, construção e operação de redes usados do passado tenham se tornado inadequados e necessitem de revisão.

Mas isso deve ser feito com calma e equilíbrio, pois investimentos em excesso vão salgar a conta de luz do consumidor, enquanto investimentos insuficientes podem se manifestar, talvez crescentemente, em interrupções de fornecimento com prejuízos ainda maiores. Este tipo de “tradeoff” deve ser feito a partir de avaliações realizadas por especialistas a partir de uma visão técnica e econômico-regulatória, que deve ser a base das decisões que eventualmente venham a ser tomadas.

Acompanhe tudo sobre:branded-contentPSR Energia em foco

Mais de ESG

Dan Ioschpe é escolhido para ser Campeão Climático da COP30

Por cartel de reciclagem, montadoras são multadas pela Comissão Europeia

Em decisão unânime, Unicamp aprova sistema de cotas para pessoas trans

Natura usa drones com IA para mapear biodiversidade da Amazônia em tempo recorde