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Fundos sustentáveis se recuperam no segundo trimestre, puxados pela Europa e Ásia

Apesar da política tarifária dos EUA, os fundos sustentáveis atraíram US$ 4,9 bilhões de abril a junho

O número de novos lançamentos de fundos ESG aumentou no segundo trimestre de 2025, com 72 novos fundos lançados globalmente

O número de novos lançamentos de fundos ESG aumentou no segundo trimestre de 2025, com 72 novos fundos lançados globalmente

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 25 de julho de 2025 às 15h57.

Última atualização em 25 de julho de 2025 às 16h05.

Após um começo de ano turbulento, o mercado global de fundos sustentáveis se recuperou no segundo trimestre de 2025, conforme dados da Morningstar Inc. O desempenho foi notavelmente melhor em relação ao primeiro trimestre, quando o setor enfrentou resgates recordes, que chegaram a US$ 11,8 bilhões.

Essa reversão positiva reflete um cenário de volatilidade associado a tensões geopolíticas e políticas tarifárias impostas pelos EUA, fatores que afetaram a confiança no modelo ESG (ambiental, social e de governança) no início do ano.

De acordo com Hortense Bioy, chefe de pesquisa de investimentos sustentáveis na Morningstar Sustainalytics, “o cenário para fundos ESG melhorou significativamente no último trimestre, especialmente na Europa, onde a recuperação foi liderada por uma retomada nos fluxos de investimento”.

O continente registrou a maior recuperação, com entradas líquidas de US$ 8,6 bilhões após uma perda de US$ 7,3 bilhões no trimestre anterior. Esse aumento demonstra que, enquanto alguns mercados enfrentam desafios, o interesse por investimentos sustentáveis continua forte em várias partes do mundo.

Melhora nos fundos verdes

Globalmente, os fundos sustentáveis atraíram um total líquido de US$ 4,9 bilhões no segundo trimestre de 2025, uma melhoria considerável se comparado às retiradas de recursos observadas no início do ano. Enquanto a Europa se destaca com um retorno robusto, os Estados Unidos apresentam uma realidade diferente.

No país, os investidores retiraram US$ 5,7 bilhões de fundos ESG, marcando o 11º trimestre consecutivo de saques. A situação reflete uma crescente resistência política nos EUA contra os investimentos sustentáveis, alimentada por figuras do Partido Republicano e influenciada pelas políticas do presidente Donald Trump.

No entanto, apesar das dificuldades no mercado americano, Bioy observa que “os fundos ESG em outras partes do mundo, especialmente na Europa e na Ásia, continuam atraindo investimentos, enquanto os reguladores fora dos EUA permanecem comprometidos com suas políticas de sustentabilidade”. Esse cenário indica que, apesar dos obstáculos políticos nos EUA, os fundos sustentáveis continuam a ser uma opção viável e crescente para investidores em regiões mais alinhadas com os critérios ambientais, sociais e de governança.

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Até o final de junho de 2025, o total de ativos investidos globalmente em fundos sustentáveis atingiu cerca de US$ 3,5 trilhões. A Europa continua sendo a principal região para esses investimentos, com aproximadamente US$ 3 trilhões alocados em fundos sustentáveis, enquanto os fundos dos EUA representam cerca de US$ 355 bilhões, evidenciando a disparidade no desenvolvimento dos mercados de investimentos sustentáveis entre as duas regiões.

Além disso, o número de novos lançamentos de fundos ESG aumentou no segundo trimestre de 2025, com 72 novos fundos lançados globalmente, um crescimento em relação aos 57 fundos registrados no primeiro trimestre. A Ásia, excluindo o Japão, foi o principal motor dessa expansão, com mais de 40 novos fundos lançados, especialmente impulsionada por um novo programa de incentivos na Tailândia, que tem se mostrado um terreno fértil para iniciativas sustentáveis.

No que diz respeito às gestoras de ativos, a BlackRock Inc. continua sendo a maior gestora de fundos sustentáveis, seguida por outras grandes instituições como o UBS Group AG e a Amundi SA. Essas empresas dominam o mercado global, beneficiadas pela crescente demanda por investimentos que atendem aos critérios ESG, refletindo o aumento da conscientização e a mudança no comportamento dos investidores que buscam alinhar suas carteiras com práticas mais responsáveis e conscientes.

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