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Fundo sueco para de investir na JBS por questões ambientais

Grupo sueco Nordea Asset Management, que conta com € 220 bilhões sob gestão, decidiu excluir a empresa de todos os fundos que administra

Gado: para fundo, há risco de desmatamento na cadeia de suprimentos da empresa (Ernesto Reghran/Pulsar Imagens/Divulgação)

Gado: para fundo, há risco de desmatamento na cadeia de suprimentos da empresa (Ernesto Reghran/Pulsar Imagens/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de julho de 2020 às 16h30.

Última atualização em 28 de julho de 2020 às 16h32.

O grupo sueco Nordea Asset Management, que conta com € 220 bilhões sob gestão, decidiu excluir a empresa de carnes JBS de todos os fundos que administra.

Segundo Eric Pedersen, o chefe da área de Investimentos Responsáveis da gestora, a decisão se deu após um período de conversas entre o Nordea e a empresa brasileira, em que questões relativas ao meio ambiente e à governança corporativa não foram respondidas a contento.

"A Nordea Asset Management decidiu, este mês, excluir a JBS de todos os nossos fundos. A decisão foi tomada pelo nosso Comitê de Investimentos Responsáveis e após um período de engajamento com a empresa, onde não sentimos que estávamos vendo a resposta que estávamos procurando", disse Pedersen, em comunicado enviado ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Nessa interação com a JBS, destacou ele, foram contempladas diversas questões relacionadas à temática ESG (ambiental, social e de governança corporativa, nas iniciais em inglês).

Dentre elas, o risco de desmatamento na cadeia de suprimentos da empresa, a forma que a empresa tem lidado com as acusações de corrupção e, ainda, a maneira como foi tratada a segurança de seus funcionários em meio à pandemia da covid-19.

Pedersen citou que seus fundos ESG já evitam companhias que tenham esse tipo de exposição, como os apontados no caso da JBS, mas que agora o movimento é mais amplo, de forma a abranger também os demais fundos da gestora. "Isso ocorre para que a nossa base de clientes mais ampla possa permanecer confortável com o nível de risco de sustentabilidade em seus investimentos", disse.

Procurada, a JBS afirmou, em nota, que "todos os seus instrumentos de governança são rígidos e têm sido aprimorados e evoluído de forma robusta nos últimos anos".

"A JBS também está totalmente comprometida com a erradicação do desmatamento em toda sua cadeia de fornecimento e foi uma das primeiras empresas do setor a investir em políticas e tecnologia para combater, desencorajar e eliminar o desmatamento na região da Amazônia. Esse trabalho se baseia em investimentos em sistemas e projetos de monitoramento e tem origem em uma rigorosa Política de Compra Responsável de matéria-prima, implementada desde 2009", segundo a nota.

Sobre a sua cadeia de suprimentos, a JBS disse que as fazendas fornecedoras que não cumprem essa política da JBS são imediatamente bloqueadas.

Investimento ESG

Hoje, dos € 220 bilhões sob gestão, Pedersen destaca que 30% do portfólio tem especificamente o foco em ESG, mas que essa fatia vai crescer ao longo do tempo. O Nordea foi um dos fundos que se reuniram neste mês, por teleconferência, com o vice-presidente da República, Hamilton Mourão - presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal.

Já sob a ameaça de retirada de investimentos do País, os fundos estrangeiros colocaram cinco principais questões à mesa relacionadas ao clima e desmatamento, assuntos que hoje estão pressionando o governo brasileiro a se comprometer com temas relacionados à sustentabilidade.

Eles solicitaram, por exemplo, que o Brasil reduza suas taxas de desmatamento, demonstre esforços para cumprir o compromisso estabelecido com a Lei do Clima e aplique o Código Florestal do Brasil.

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