ESG

Fundo de carbono registra recorde de entradas em Dia da Terra

Alguns investidores passaram o Dia da Terra apostando como nunca em um fundo de mercado de carbono que penaliza poluidores

Alguns investidores passaram o Dia da Terra apostando como nunca em um fundo de mercado de carbono que penaliza poluidores (Alexandros Maragos/Getty Images)

Alguns investidores passaram o Dia da Terra apostando como nunca em um fundo de mercado de carbono que penaliza poluidores (Alexandros Maragos/Getty Images)

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Leo Branco

Publicado em 23 de abril de 2021 às 11h00.

Alguns investidores passaram o Dia da Terra apostando como nunca em um fundo de mercado de carbono que penaliza poluidores.

O ETF KraneShares Global Carbon registrou entradas de mais de US$ 15 milhões na quinta-feira, elevando os ativos totais para mais de US$ 160 milhões, de acordo com dados da Bloomberg. É o maior fundo de capital aberto que investe em sistemas de limites e comércio que estabelecem um custo extra para a queima de combustíveis fósseis.

No dia em que mais de 20 líderes mundiais se reuniram na cúpula virtual do clima organizada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, os futuros de carbono da União Europeia atingiram recorde, ultrapassando 47 euros (US$ 56,68) a tonelada. O valor representa um ganho de quase 90% desde o início de 2020.

“Especuladores financeiros entram no mercado quando pensam que o preço de um ativo está incorreto”, disse Jan Ahrens, chefe de pesquisa da plataforma de investimento de carbono SparkChange, durante evento na quinta-feira. “Os preços do carbono ainda estão muito baixos para atingir os objetivos do Acordo de Paris.”

Os mercados de carbono são vistos por muitos como ferramenta fundamental para que os países concretizem as ambições climáticas que renderam manchetes e que líderes promoveram na cúpula da Casa Branca na quinta-feira. A Europa atualmente tem o maior mercado do mundo, cobrindo emissões de cerca de 10 mil instalações de usinas de energia a siderúrgicas.

Agora, as licenças estão em um nível de preço que realmente começa a mudar os cálculos financeiros de grandes consumidores de energia na Europa. À medida que o preço aumenta, empresas descobrirão que faz mais sentido investir para reduzir as emissões do que comprar licenças para continuar poluindo.

A rápida valorização do preço se deve a uma confluência de fatores. Enquanto a UE trabalha para reduzir a pegada de carbono, a oferta deve diminuir, criando uma escassez que aumentará o preço. Ao mesmo tempo, empresas cobertas pelo sistema estão comprando licenças correspondentes às emissões do ano passado.

Investidores financeiros também demonstraram grande interesse. O fundo KraneShares tinha apenas US$ 16 milhões em ativos no início do ano. Cerca de 80% do dinheiro é investido em licenças da UE, com o restante em licenças de carbono dos EUA. Fundos de hedge também ajudaram a elevar o preço mais rapidamente.

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