Apoio:
Parceiro institucional:
Empresa trabalhou com startups para agilizar diagnósticos e diminuir impactos ambientais (Fleury/Divulgação)
Repórter de ESG
Publicado em 18 de junho de 2024 às 07h00.
O Grupo Fleury, empresa de saúde e serviços médicos, percebeu no ano de 2023 a chance de democratizar seus serviços e assegurar mais inclusão em suas operações. Por meio de uma cabine de telemedicina instalada na Favela dos Sonhos, em Ferraz de Vasconcelos, São Paulo, os moradores são atendidos de modo gratuito e virtual. A cabine apresenta tecnologia que permite ao médico a ausculta do tórax, avaliação de imagens e aferição de temperatura corporal e frequência cardíaca, tudo de forma remota.
Uma técnica de enfermagem atende presencialmente, auxiliando a consulta. A ação, feita em parceria com a ONG social Gerando Falcões, foi iniciada em 2022, quando atendeu cerca de 10% da comunidade. Em 2023, a média de atendimentos dobrou, chegando a 50 por mês, cobrindo quase toda a população da Favela dos Sonhos. A empresa revela que apenas 14% dos atendimentos necessitam de encaminhamento posterior.
O objetivo, de acordo com a diretora-executiva de Estratégia, Inovação e ESG do Grupo Fleury, Andrea Bocabello, é impactar positivamente pessoas que normalmente não têm acesso a planos de saúde e em áreas onde o serviço público enfrenta mais dificuldades para oferecer exames e consultas de qualidade. “O resultado positivo do programa mostrou que temos oportunidade de expandir o serviço para outros locais e comunidades em todo o país: em favelas, para ribeirinhos, em rodoviárias, oferecendo o mesmo serviço das marcas premium”, explica. A companhia trabalha com a Gerando Falcões para instalar mais uma cabine de telemedicina em Maceió.
Para a presidente do Grupo Fleury, doutora Jeane Tsutsui, a empresa evolui constantemente para alcançar mais brasileiros por meio do acesso à saúde de qualidade. “O desenvolvimento do Brasil passa obrigatoriamente por um olhar de muita atenção à saúde da população diante do aumento expressivo da longevidade e seus impactos nos cuidados e na qualidade de vida das pessoas e, consequentemente, no equilíbrio estrutural e econômico do sistema de saúde”, explica.
A tecnologia e inovação também são parte da estratégia de democratização do Fleury. Com a startup Huna, focada em análise de dados, o grupo trabalha para que diagnósticos sejam feitos com mais rapidez e precisão. A parceria, iniciada em 2022, utiliza inteligência artificial para identificar células de câncer de mama desde o estágio inicial por meio de exames de sangue ou de rotina, processos mais econômicos do que os exames de imagem.
Segundo Bocabello, a inovação pode reduzir custos tanto no diagnóstico da doença quanto no tratamento. “Além disso, do ponto de vista social, essa tecnologia amplia o diagnóstico para mais pessoas”, afirma.
Ainda na área de inclusão, a empresa conta com o TEAcolher, projeto que cria adaptações nos espaços do Grupo Fleury para que se tornem mais confortáveis para pessoas com transtorno do espectro autista. As equipes de saúde e atendimento passam por treinamentos para atender às necessidades dos pacientes, processo que começa em casa: os acompanhantes podem preencher um formulário com as características do paciente com TEA, o que prepara a equipe antes do horário da consulta.
A estrutura física também foi considerada para evitar a superestimulação visual ou auditiva de cada indivíduo e diminuir a ansiedade das salas de espera convencionais. “Os locais oferecem acessibilidade a pacientes e seus acompanhantes durante o atendimento, possibilitando uma equipe médica capacitada para o acolhimento de pessoas com TEA”, explica Bocabello. Os atendimentos mensais de pessoas com autismo passaram de quatro para 40, segundo a empresa.
De acordo com Bocabello, a iniciativa — que descreve como um primeiro passo em uma longa jornada de atendimento de pessoas no espectro — pode ajudar a reduzir as sinistralidades dos planos de saúde. “Ter linhas de jornadas conscientes, direcionando informações sobre suporte e acompanhamento às famílias, pode reduzir as despesas dos planos, melhorando na questão dos sinistros”, diz ela.
Na área ambiental, foi por meio da Hermes Pardini, marca do grupo, e da startup Speedbird, que uma rota de transporte de amostras biológicas passou a ser feita por drone na região metropolitana de Belo Horizonte. Isso impede a emissão de até 250 quilos de CO2 por mês na atmosfera.
Segundo as executivas, as ações de inovação seguirão mescladas com as de ESG, o que pode melhorar o serviço e a qualidade de vida das pessoas. “É para esse contexto que estamos orientando o posicionamento ESG da nossa empresa. O reconhecimento alcançado com esta premiação de destaque, que valoriza e incentiva práticas de equilíbrio pela sociedade, é uma clara demonstração de que estamos no caminho certo”, conta Tsutsui.