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O aporte para projetos solares alcançou R$ 23,8 bilhões, um aumento substancial em comparação aos R$ 13,3 bilhões de 2023 (Adamkaz/Getty Images)
Repórter de ESG
Publicado em 20 de agosto de 2025 às 10h02.
O financiamento para a geração de energia renovável no Brasil cresceu 6,5% em 2024, totalizando R$ 32,5 bilhões, conforme estudo da consultoria Clean Energy Latin America (CELA). O valor é superior aos R$ 30,5 bilhões registrados no ano anterior, refletindo uma tendência positiva no apoio financeiro ao setor, apesar das diferenças entre as fontes e das variações nos tipos de apoio.
O levantamento, que analisa os desembolsos das principais instituições financeiras do país, revelou que, enquanto o apoio à energia solar registrou aumento expressivo, com alta de 30%, o financiamento à energia eólica recuou quase 30%.
O aporte para projetos solares alcançou R$ 23,8 bilhões, um aumento substancial em comparação aos R$ 13,3 bilhões de 2023. O principal impulso veio de sistemas de geração própria, como os instalados em telhados e terrenos, que receberam R$ 6,9 bilhões — um crescimento de 47%. Usinas solares de geração distribuída, incluindo projetos de autoconsumo remoto e compartilhado, foram contempladas com R$ 5,6 bilhões, com um aumento de 8%.
Camila Ramos, CEO da CELA, destaca que o mercado de capitais teve papel fundamental neste crescimento. "A emissão de debêntures e CRIs (certificados de recebíveis imobiliários) desempenhou uma parte relevante nesse cenário”, afirmou, destacando a importância do setor privado para o avanço do mercado solar no Brasil.
Em contrapartida, os financiamentos destinados às usinas eólicas caíram 30% no último ano, totalizando R$ 8,7 bilhões, contra R$ 12,2 bilhões em 2023. A redução foi particularmente visível nos empréstimos via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e BNB (Banco do Nordeste).
A pesquisa também revelou que 43% do total dos recursos para renováveis em 2024 vieram do mercado de capitais, refletindo a crescente importância dessa fonte. Já os bancos de desenvolvimento, como o BNDES, aportaram 32%, e os bancos privados contribuíram com 25% do volume total.
Camila Ramos observa que a evolução dos investimentos em energia solar aponta para uma transição estratégica, com maior ênfase no financiamento através de captações de mercado. “O mercado solar está mais atrativo para os investidores, e a diversificação das fontes de recursos pode sustentar essa trajetória positiva”, afirma a CEO da CELA.
As perspectivas são de que o apoio ao setor continue crescendo, com a energia solar em alta, enquanto o setor eólico precisará de novas abordagens para atrair investimentos e compensar a desaceleração recente.