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Famosa universidade suspende doações de empresas de petróleo e gás

Pressionada, a britânica Cambridge vai estudar o que fazer e diz ter compromisso de lidar com a mudança climática por meio de uma transição para um mundo com baixas emissões de CO2

Imagem: Relatório apontou para risco na reputação da renomada universidade (AFP Photo)

Imagem: Relatório apontou para risco na reputação da renomada universidade (AFP Photo)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 18 de março de 2024 às 19h21.

A prestigiosa universidade britânica de Cambridge anunciou, nesta segunda-feira, 18, que vai parar temporariamente de aceitar doações de empresas petrolíferas e de gás, após uma campanha de estudantes e acadêmicos.

A decisão sobre novas doações foi tomada na sexta-feira, 15, afirmou a direção da instituição à AFP, confirmando uma informação do "Financial Times". A "moratória temporária" durará "até que novos acordos sejam estabelecidos" com as empresas afetadas, detalhou.

A universidade destaca "seu compromisso de lidar com a mudança climática por meio de uma transição para um mundo com baixas emissões de carbono".

A decisão vem alguns meses após a publicação de um relatório que alertava que aceitar esse tipo de doação representava um risco para sua reputação. O relatório também recomendava que a universidade apostasse em empresas de energias renováveis.

Mobilização

Segundo o relatório independente, publicado em julho, as doações de empresas do setor de combustíveis fósseis representam 0,1% da receita da instituição de ensino. Cambridge, uma das universidades mais reconhecidas do mundo, enfrenta uma mobilização de estudantes, pesquisadores e professores que exigem que ela renuncie a doações de empresas que trabalham com combustíveis fósseis.

De acordo com o "Financial Times", a instituição aceitou pelo menos 19,7 milhões de libras (cerca de R$ 125 milhões) da Shell e da BP entre 2016 e 2023. Solicitada pela AFP, a Shell afirmou que mantém "há muito tempo uma relação especial com a Universidade de Cambridge".

"Desde 2021, nossa colaboração tem sido totalmente focada na transição energética", declarou. A BP se recusou a comentar quando contatada.

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