Exxon: ações da petroleira já caíram 52% neste ano por causa da retração dos preços do combustível (Spencer Platt/Getty Images)
Denyse Godoy
Publicado em 23 de outubro de 2020 às 11h11.
Última atualização em 23 de outubro de 2020 às 15h20.
A Exxon Mobil planeja demitir um número não especificado de funcionários devido aos baixos preços do petróleo, que obrigam a empresa a adiar grandes projetos, disse o presidente Darren Woods em e-mail à equipe. Para onde vai o petróleo? E os seus investimentos? Saiba tudo sobre o mercado lendo as análises e relatórios da EXAME Research.
Woods também fez uma ampla defesa dos combustíveis fósseis, chamando-os de "propósito superior" que ajuda a prosperidade global em um momento em que rivais europeias veem as energias renováveis como o futuro.
"São tempos difíceis", disse Woods na mensagem, cujo texto foi divulgado pela empresa na quarta-feira. "Estamos tomando decisões difíceis, algumas das quais resultarão na saída de amigos e colegas da empresa."
Os cortes de empregos da gigante do petróleo são apenas mais um sinal das dificuldades de produtores de energia dos EUA, que enfrentam a pior crise do setor na memória recente. Nesta semana, duas fusões de peso foram anunciadas enquanto produtores buscam ganhar escala e cortar custos para sobreviver ao impacto da Covid-19 na demanda global por combustível. Muitos pediram recuperação judicial.
As ações da Exxon acumulam baixa de 52% desde janeiro, e a empresa praticamente encerrou sua estratégia agressiva de crescimento anticíclico de 30 bilhões de dólares ao ano. A empresa teve que cortar os investimentos em um terço, ou 10 bilhões de dólares, depois que o petróleo caiu para o nível mais baixo em uma geração. Rivais como BP e Chevron também anunciaram demissões em larga escala nas últimas semanas.
"Nosso plano é continuar a preparar a execução de projetos e gastos", disse Woods. "Tornar a organização mais eficiente e ágil irá reduzir o número de cargos necessários e, infelizmente, reduzir o número de pessoas de que precisamos."
Mas Woods deixou claro que os cortes não são um sinal de que sua confiança no setor de petróleo e gás diminuiu. Os combustíveis fósseis ainda responderão por cerca da metade da matriz energética global até 2040 e, geralmente, oferecem o caminho mais econômico para o desenvolvimento em países pobres, especialmente os da África e da Ásia, disse Woods.