ESG

Patrocínio:

espro_fa64bd

Parceiro institucional:

logo_pacto-global_100x50

EXCLUSIVO: projeto transforma coleta de plástico em créditos verdes e gera renda para catadores

Iniciativa da OMA ativos ambientais promove economia circular e une empresas para reduzir desperdício do material em três estados brasileiros, com resultados expressivos

Atualmente, os plásticos somam aproximadamente 24% da taxa de reciclagem  (Leandro Fonseca/Exame)

Atualmente, os plásticos somam aproximadamente 24% da taxa de reciclagem (Leandro Fonseca/Exame)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 18 de maio de 2025 às 16h00.

Última atualização em 18 de maio de 2025 às 17h12.

Um projeto pioneiro se propõe a transformar a cadeia de reciclagem de plástico em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Pernambuco.

Batizado de "Agentes de Mudança" e encabeçado pela OMA Ativos Ambientais em parceria com a Valgroup e a Fênix Reciclagem, seu objetivo é reduzir expressivamente o desperdício deste material por meio da valorização dos agentes envolvidos na cadeia, especialmente os catadores.

Estes trabalhadores são essenciais para a coleta, separação e destino correto dos resíduos sólidos, mas costumam viver e atuar em condições precárias.

Pensando nisso, a iniciativa utiliza uma metodologia internacional da certificadora Verra para transformar a coleta e reciclagem em créditos ambientais. Cada um equivale a uma tonelada de resíduos coletados ou reciclados, gerando valor financeiro que pode ser reinvestido na própria cadeia produtiva.

Os recursos obtidos com os créditos são direcionados para melhorias na infraestrutura das instalações, disponibilidade de equipamentos de trabalho e segurança, além da qualificação destes profissionais.

Juliana Rolla, fundadora e CEO da OMA Ativos Ambientais, destacou que a reinserção dos resíduos na cadeia produtiva e a inclusão e valorização de grupos vulneráveis promove o desenvolvimento sustentável. 

Com meta de se estender até 2036, o programa também prevê a implementação de uma linha de lavagem para viabilizar a reciclagem do material contaminado e o aprimoramento dos controles de qualidade da resina reciclada.

Resultados expressivos

Entre 2016 e 2022, o projeto já contabilizou mais de 84 mil toneladas de plásticos reciclados e retirou do meio ambiente mais de 17 mil toneladas, evitando a poluição e geração de gases de efeito estufa. Isso resultou em mais de 100 mil créditos ambientais.

Para a Fênix Reciclagem, uma das parceiras, a iniciativa representa uma oportunidade de investimento direto na cadeia produtiva.

"A venda dos créditos gerados nos permite investir diretamente na melhoria das condições de trabalho dos catadores e recicladores", destacou Marlon Pinheiro, fundador da empresa.

Segundo o executivo, desta forma é possível oferecer treinamentos, equipamentos de proteção individual e melhorar a infraestrutura dos nossos fornecedores, garantindo mais segurança e eficiência.  

Certificação internacional

Um dos diferenciais está na certificação da Verra, a maior certificadora do mercado voluntário de plásticos e que segue um rigoroso processo e normas para garantir credibilidade.

Assim como no mercado de carbono, os créditos funcionam como uma ferramenta de compensação ambiental que evita, reduz e mitiga impactos ambientais. Neste caso, ainda promovem impacto social. Para as empresas envolvidas, também representa uma forma de demonstrar compromisso com práticas sustentáveis -- e de forma rentável.

Recentemente, aconteceu um feito inédito no setor: a venda do primeiro crédito de reciclagem de resíduos orgânicos do mundo.

Acompanhe tudo sobre:ESGSustentabilidadeReciclagemLixoClimaMudanças climáticas

Mais de ESG

Chuvas na Argentina: mudanças climáticas agravam enchentes e milhares são evacuados

Damyller, que produz jeans com 96% menos água, quer crescer 15% em 2025

Como insistência em diversidade e parceria com Beyoncé convenceram mais mulheres a comprar Levi's

Do amparo à estratégia: o seguro na sustentabilidade dos negócios diante dos riscos climáticos