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EXCLUSIVO: Gás Verde e Henkel firmam acordo para descarbonizar fábrica em SP com biometano

Gás Verde fornecerá 1,8 milhão de m³ de biometano por ano para Henkel, impulsionando sua sustentabilidade e redução de emissões

Nos próximos anos, a Gás Verde planeja ampliar sua produção de biometano de 160 mil m³/dia para 600 mil m³/dia (Henkel/Divulgação)

Nos próximos anos, a Gás Verde planeja ampliar sua produção de biometano de 160 mil m³/dia para 600 mil m³/dia (Henkel/Divulgação)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 28 de março de 2025 às 07h53.

Última atualização em 28 de março de 2025 às 10h32.

A Gás Verde, produtora de biometano, acaba de firmar um acordo com a Henkel, indústria química multinacional dona de marcas como Loctite, Cascola e Schwarzkopf Professional. O contrato trata do fornecimento de 1,8 milhão de m³ de biometano por ano para a fábrica da empresa em Jundiaí, interior de São Paulo.

A planta será a primeira da Henkel no mundo a operar 100% com biometano, proveniente de aterros sanitários. A troca representa uma redução de 3.723 toneladas de emissões de gases de efeito estufa apenas na área industrial a cada ano.

O acordo, que entrará em operação em maio de 2025, ajuda a Henkel no atingimento das metas de neutralidade de carbono. Até 2030, a companhia buscar diminuir as emissões nos escopos 1 e 2 em 42%, e escopo 3 em 30%. Até 2045, a redução deve ser de 90% nos três escopos.

De acordo com Fellipe Nascimento, gerente responsável pela unidade de Jundiaí, este projeto servirá como um exemplo para o setor químico, incentivando práticas mais sustentáveis e responsáveis. “Entendemos que a descarbonização precisa ser construída em conjunto”, conta.

Crescimento da Gás Verde

Marcel Jorand, CEO da Gás Verde, destacou a importância do contrato com a Henkel, uma multinacional que se junta a grandes indústrias como Ambev, de bebidas, e Ternium, siderúrgica, que já utilizam o biometano como fonte de energia.

"Estamos entusiasmados em fornecer biometano que não só alimentará as operações da Henkel, mas também ajudará a reduzir suas emissões de carbono de forma significativa", afirma Jorand.

Marcel Jorand, CEO da Gás Verde

Marcel Jorand, CEO da Gás Verde (Gás Verde/Divulgação)

Ele explica que o biometano — produzido a partir da reciclagem de biogás gerado por resíduos orgânicos — é intercambiável com o gás natural, o que permite seu uso em caldeiras, térmicas e até mesmo em frotas de veículos. Fellipe Nascimento complementa que a planta de Jundiaí foi escolhida para ser a pioneira na implementação do biometano justamente devido à sua intensa demanda por gás, utilizado em processos industriais, como caldeiras de vapor e aquecedores.

“Esse combustível versátil é ideal para indústrias como a da Henkel, que precisa de soluções eficientes e econômicas para reduzir suas emissões, além de garantir previsibilidade de custo”, diz Marcel. “O biometano tem seu preço ajustado à inflação, ao contrário dos combustíveis fósseis, cujos preços são influenciados pela flutuação do dólar e outros fatores externos.”

Fellipe afirma que o processo pode influenciar positivamente as demais companhias de indústria química. "A partir dessa experiência, poderemos expandir para outras fábricas e aplicações, incluindo o abastecimento de caminhões de frota", diz Nascimento.

Próximos passos

Nos próximos anos, a Gás Verde planeja ampliar sua produção de biometano de 160 mil m³/dia para 600 mil m³/dia, aumentando significativamente a oferta de combustível renovável no país. Além disso, projetos para descarbonizar frotas e expandir a infraestrutura de abastecimento de biometano estão em andamento, com o objetivo de atender a uma demanda crescente no país. “O biometano está apenas começando no Brasil e tem um grande potencial de crescimento”, analisa Jorand.

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