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EXCLUSIVO: Casa dos Ventos e ArcelorMittal antecipam operação de joint venture

Empreendimento já conta com 28 aerogerados em funcionamento, uma antecipação de 13 semanas no cronograma original, que deve ser entregue em outubro

A Casa dos Ventos e a ArcelorMittal também estudam novas iniciativas para expandir a parceria (Casa dos Ventos/Divulgação)

A Casa dos Ventos e a ArcelorMittal também estudam novas iniciativas para expandir a parceria (Casa dos Ventos/Divulgação)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 28 de fevereiro de 2025 às 11h50.

Última atualização em 28 de fevereiro de 2025 às 15h35.

A Casa dos Ventos, geradora de energia renovável, e a ArcelorMittal, maior produtora de aço do Brasil, anteciparam a operação comercial do Complexo Eólico Babilônia Centro, joint venture das companhias localizado na Bahia.

O empreendimento focado em energia eólica e solar já conta com 28 aerogeradores em funcionamento, o que representa uma antecipação de 13 semanas em relação ao cronograma original. A homologação foi concedida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em janeiro.

Para o diretor-executivo da Casa dos Ventos, Lucas Araripe, que conversou com exclusividade com a EXAME, a entrega adiantada reforça sua capacidade de execução. “A antecipação da operação, resultado da nossa busca constante por eficiência e do compromisso com a excelência, posiciona a Casa dos Ventos como referência no mercado de energia renovável”, afirma Araripe.

A ArcelorMittal, que tem investido na transição energética como parte de sua estratégia global, destaca o papel da parceria na redução de emissões. “O Complexo Eólico Babilônia Centro demonstra o comprometimento da ArcelorMittal com a descarbonização. Globalmente, o grupo foi pioneiro no setor ao estabelecer a meta de atingir a emissão líquida zero de carbono até 2050”, explica o presidente da ArcelorMittal Brasil, Jefferson De Paula. “A transição energética é um passo fundamental, razão pela qual ampliamos nossos investimentos em projetos de energia no Brasil.”

Investimentos em energia renovável

O empreendimento faz parte de um conjunto de investimentos da produtora de aço, que somam R$ 5,8 bilhões em projetos de geração própria de energia renovável. Segundo De Paula, a empresa alcançara 85% de autoprodução de energia no Brasil e busca novas oportunidades para expandir essa participação.

“Queremos mais oportunidades para gerar energia, ser autossuficientes e até mesmo vender energia no mercado. Geração elétrica renovável faz parte da nossa estratégia de descarbonização e nos dá mais sustentabilidade ambiental e financeira”, diz.

Parte dos aerogeradores do complexo foi feita com o vergalhão ArcelorMittal 50 S XCarb, um aço produzido com sucata metálica e energia renovável, o que reduz em 60% as emissões de CO₂ na comparação com a versão tradicional. “Nos orgulhamos de ver nosso aço de baixa pegada de carbono aplicado na construção de uma obra dessa relevância”, afirma De Paula.

Além da energia eólica, a joint venture entre as empresas prevê a hibridização do complexo com uma planta solar adicional, totalizando uma capacidade instalada de 800 MW. O modelo otimiza a infraestrutura de transmissão, utilizando a mesma subestação já existente. “O Brasil tem uma oportunidade única de se tornar um líder global na produção de produtos verdes, desde energia até aço”, diz Araripe. “Esse modelo de geração combinada de fontes permite otimizar a produção e garantir maior eficiência no sistema elétrico brasileiro.”

Estratégia de negócios da Casa dos Ventos e ArcelorMittal

A parceria entre Casa dos Ventos e ArcelorMittal não se limita à autoprodução de energia. A joint venture se insere em uma estratégia mais ampla das duas companhias, que buscam integrar geração renovável à cadeia produtiva de forma estruturada.

Para a Casa dos Ventos, o acordo reforça sua posição como uma das empresas mais ativas no mercado livre de energia, garantindo contratos de longo prazo com grandes consumidores. “Nos últimos dois anos, anunciamos contratos expressivos, como o da ArcelorMittal, que foi o maior contrato de renováveis da história do Brasil, com 267 megawatts médios”, diz Araripe.

Já para a ArcelorMittal, o investimento em geração renovável é parte de sua estratégia de descarbonização e competitividade global. A empresa, que é uma eletrointensiva e a quarta maior consumidora de energia elétrica do Brasil, busca reduzir as emissões de CO₂ não apenas no consumo energético, mas também na cadeia produtiva, por meio da eletrificação de processos e do desenvolvimento do aço verde. “Queremos viabilizar novos empreendimentos que atendam às nossas demandas crescentes e contribuam para tornar o Brasil um polo de produção sustentável de aço”, afirma De Paula.

As empresas também estudam a possibilidade de expandir sua atuação conjunta para novas frentes, como a produção de hidrogênio verde. “O Brasil tem um grande potencial para se tornar um dos principais produtores de hidrogênio verde do mundo, aproveitando sua matriz energética renovável e competitiva. Estamos avaliando oportunidades para fortalecer esse mercado”, diz Araripe.

A Casa dos Ventos e a ArcelorMittal também estudam novas iniciativas para expandir a parceria, incluindo projetos voltados à produção de hidrogênio verde. No momento, a prioridade é concluir o Complexo Babilônia Centro e outros empreendimentos em andamento, como o parque eólico Serra do Tigre. “Nosso planejamento prevê adicionar mais 1,5 GW em operação neste ano, e seguimos avaliando novas oportunidades de crescimento”, diz Araripe.

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