O evento de premiação do Guia Melhores do ESG, no Museu da Casa Brasileira, em São Paulo, reuniu lideranças de 46 empresas (Leandro Fonseca/Exame)
Rodrigo Caetano
Publicado em 29 de junho de 2022 às 04h04.
Última atualização em 29 de junho de 2022 às 06h23.
A premiação do Guia Melhores do ESG reuniu, em São Paulo, líderes de 46 empresas. CEOs e executivos subiram ao palco do Museu da Casa Brasileira, onde foi realizado o evento na quinta-feira, 23, para receber o reconhecimento. Foram premiados os três destaques de cada um dos 15 setores analisados, além do prêmio “Compromisso ESG” e “Empresa ESG do ano”.
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O Guia ESG é uma parceria da Exame com o Ibmec. Mais de 200 empresas se inscreveram e responderam ao questionário, que continha uma parte quantitativa e outra qualitativa, cada uma com 50% do peso.
Na parte quantitativa, as empresas responderam 45 perguntas, iguais para todos os setores, que abordavam aspectos ambientais, sociais e de governança. Na parte qualitativa, cada companhia respondeu três perguntas específicas para cada setor, considerando seus pontos materiais. Com base nesse questionário, foram definidos os destaques de cada setor.
Além dos destaques setoriais, a EXAME premiou a Ambipar como “Empresa ESG do ano”. A companhia de saneamento desenvolve estratégias ESG para seus clientes, atuando na solução dos problemas. O crescimento do tema também se refletiu no crescimento da Ambipar: entre 2018 e 2021, a empresa multiplicou seu EBITDA por cinco vezes.
Neste ano, a EXAME adicionou uma categoria ao guia Melhores do ESG: “Compromisso ESG”. O objetivo é reconhecer as empresas que, diante do desafio de reinventar seus negócios, se comprometeram com a mudança. O primeiro reconhecimento foi para a JBS, a maior empresa de proteína animal do mundo. Seus desafios são conhecidos. A cadeia da pecuária, no Brasil, tem problemas que vão do desmatamento ao trabalho análogo à escravidão. O rebanho brasileiro, o maior do mundo, é também o maior emissor de gás metano, um dos mais poluentes. Mas há soluções, e elas passam por investimentos em tecnologia e mudança de mentalidade.
O evento contou também com discurso de Carlo Pereira, diretor executivo da Rede Brasil do Pacto Global. Em sua fala, Pereira lembrou que “das 1000 maiores empresas no Brasil, apenas 10% tem inventários de gases de efeito estufa auditados, e não muito mais que isso possuem inventario”. Mas esse dado revela o potencial de crescimento dessa agenda que, segundo Pereira, vai se consolidar, impulsionada por três pontos: mudanças climáticas, revolução digital e hábitos das novas gerações. “Soluções e inflexões são parte do jogo, mas a tendência é muito clara”, ponderou Pereira.