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Eventos climáticos extremos custaram R$ 61 bilhões aos cofres públicos em 10 anos

Levantamento da Codex divulgado em primeira mão pela EXAME utilizou dados da plataforma oficial do governo e revela que a seca foi o fenômeno mais recorrente e oneroso entre 2015 e 2024

Paraíba, São Paulo e Pernambuco lideram as perdas financeiras no período causadas pelo clima extremo (Getty Images)

Paraíba, São Paulo e Pernambuco lideram as perdas financeiras no período causadas pelo clima extremo (Getty Images)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 22 de maio de 2025 às 08h00.

Última atualização em 22 de maio de 2025 às 08h32.

Os eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes e intensos custaram R$ 61 bilhões aos cofres públicos dos estados brasileiros entre 2015 e 2024.

É o que revela o levantamento divulgado em primeira mão pela EXAME da Codex, empresa de dados especializada em mudanças climáticas e que utilizou registros da Plataforma Nacional de Informações de Desastres -- o sistema oficial de monitoramento do governo federal.

Enquanto um recente dado da Confederação Nacional dos Municípios fala em prejuízos na ordem de R$ 732,2 bilhões aos municípios brasileiros em 12 anos, este valor é bem inferior pois não inclui os gastos privados da inação e abrange um período dois anos maior.

Segundo a Codex, a seca foi o fenômeno mais recorrente e oneroso do período, com R$ 34 bilhões em danos em serviços como transporte, energia, saúde e saneamento. Ao todo, foram 11.556 emergências ligadas a esse tipo de evento extremo.

O segundo maior impacto veio das inundações, com R$ 11,2 bilhões em prejuízos e 553 registros. Chuvas intensas, secas, tempestades, incêndios e deslizamentos também compõem a lista, totalizando mais de 25 mil ocorrências com efeitos diretos sobre infraestruturas públicas.

Venicios Santos, diretor de negócios da Codex, destacou que os números expõem a vulnerabilidade de municípios pequenos.

“Cerca de 60% das emergências ocorreram em cidades com menos de 30 mil habitantes, onde faltam recursos e estrutura técnica para conter os efeitos dos desastres”, afirmou.

Estudos já mostram que o custo da inação climática pode ser de 1/3 do PIB global ainda neste século, enquanto a crise climática reduz a economia de um país em 22% ao ano.

Para driblar os efeitos de um novo clima, a adaptação surge como uma solução para tornar as cidades mais resilientes e já é uma das agendas prioritárias e urgentes da COP30.

O financiamento é uma das formas de destravar recursos para estas ações, especialmente em países em desenvolvimento onde o impacto das mudanças climáticas é ainda maior e mais devastador.

Paraíba, São Paulo e Pernambuco lideram perdas financeiras

A Paraíba lidera o ranking dos estados com maiores prejuízos públicos, somando R$ 26,8 bilhões em 2.914 emergências. Em seguida aparece São Paulo, com R$ 11 bilhões, apesar de ter registrado apenas 230 ocorrências.

No Nordeste, além da Paraíba, destacam-se Pernambuco (R$ 4,8 bilhões) e Ceará (R$ 3,2 bilhões). Já no Sudeste, Minas Gerais acumulou R$ 4,2 bilhões em danos e lidera em número absoluto de emergências, com 3.401 registros.

No Sul, o Rio Grande do Sul aparece com R$ 2 bilhões em perdas, seguido por Rio Grande do Norte (R$ 1,6 bilhão), Bahia (R$ 1,2 bilhão), Mato Grosso do Sul (R$ 1,1 bilhão) e Alagoas (R$ 944 milhões).

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