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Eventim e TNC se unem para restaurar biomas degradados e gerar renda para povo indígena Xavante

A parceria faz parte do programa Restaura Brasil, que ajuda na restauração de 12 milhões de hectares de biomas e o desenvolvimento econômico conectado com a floresta

Jorge Reis, CEO da Eventim: “Nossa intenção é desenvolver uma iniciativa que melhore as condições de vida das populações da Amazônia, que têm enfrentado sérios impactos devido às secas e queimadas” (Leandro Fonseca/Exame)

Jorge Reis, CEO da Eventim: “Nossa intenção é desenvolver uma iniciativa que melhore as condições de vida das populações da Amazônia, que têm enfrentado sérios impactos devido às secas e queimadas” (Leandro Fonseca/Exame)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 19 de setembro de 2024 às 07h00.

Última atualização em 20 de setembro de 2024 às 14h59.

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A Eventim, plataforma de venda de ingressos, e a ONG ambiental The Nature Conservancy (TNC) Brasil vão plantar 6 mil árvores ainda este ano. A ação faz parte do Restaura Brasil, programa da ONG que atua pela restauração de áreas degradadas nos biomas brasileiros. A estratégia busca aliar o desenvolvimento econômico e a proteção florestal.

Em entrevista exclusiva à EXAME, Jorge Reis, CEO da Eventim no Brasil, conta que a ação teve início no ano passado com a fase de estudos, buscando ir além de apenas reflorestar os locais. “Nossa intenção é desenvolver uma iniciativa que melhore as condições de vida das populações da Amazônia, que têm enfrentado sérios impactos devido às secas e queimadas”, explica.

A Eventim vai apoiar a restauração na terra indígena Marãiwatsédé, do Povo Xavante, no Mato Grosso, com uma estratégia que incentiva a economia aliada da natureza, possibilitando fontes de renda sustentáveis para a comunidade. Reis aponta que a ação busca também a melhoria do bem-estar das populações próximas aos biomas. “Queremos garantir que as comunidades que habitam essas áreas tenham acesso a condições de vida dignas, para que não sejam forçadas a abandonar seus lares devido à falta de alimento ou oportunidades econômicas”, comenta.

A escolha do local se conecta com a história da região: na década de 1960, a terra indígena foi ocupada ilegalmente e teve 75% do seu território desmatado. Foi apenas no início dos anos 2000 que o povo Xavante pôde voltar a ocupar a região, buscando recuperar quatro décadas de danos ambientais.

O modelo adotado vai intercalar a plantação de espécies de cunho agrícola, com alta possibilidade de retorno financeiro, e de espécies nativas, que garantem a manutenção da floresta e a subsistência da população.

Economia da floresta em pé

Rubens Benini, líder da estratégia de florestas e restauração da TNC na América Latina, destaca que a importância da proteção florestal vai muito além da qualidade de vida daquelas que vivem na floresta: o impacto é visto na vida de todos os brasileiros pelo clima. “A restauração de ecossistemas é uma das principais ações para mitigarmos as mudanças climáticas e diminuir a perda da biodiversidade”, afirma.

A estratégia surge em um momento desafiador para as questões ambientais e climáticas, uma vez que o país vivencia desde o último ano a alta dos focos de incêndio, a seca intensa e as chuvas extremas em diferentes regiões.

Além das melhorias no clima, com a restauração de ecossistemas de água e solo, a ONG espera também benefícios econômicos para o país. “Em grande escala, há potencial de trazer inúmeros benefícios ao Brasil, como geração de empregos e atingimento das metas do Acordo de Paris”, diz Benini.

A TNC Brasil atua desde 2019 com o desenvolvimento econômico aliado da natureza do povo Xavante. O trabalho de replantio está sendo desenvolvido em parceria com o Grupo de Mulheres Xavante, que será responsável pela coleta das sementes utilizadas no plantio das árvores.

Até 2030, a The Nature Conservancy vai cooperar com a meta do governo brasileiro de restaurar 12 milhões de hectares de biomas a partir do Restaura Brasil. O impacto econômico ao fim da década é esperado entre 1 milhão e 2,5 milhões de novos postos de trabalho, o que corresponde a um novo emprego a cada dois hectares replantados.

A Eventim também vai colaborar com projetos de reflorestamento a partir da criação do Ecoticket, ingressos que incluem uma porcentagem da receita direcionada para ações de plantio de árvores. “Com essas iniciativas, estamos comprometidos não apenas com a preservação ambiental, mas também com a promoção de um futuro mais sustentável”, conclui o CEO.

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