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EUA cancelam US$ 22 bi em projetos verdes após mudança na política energética de Trump

Cancelamentos afetam fábricas de veículos elétricos e sistemas de energia limpa e comprometem metas climáticas nacionais e de grandes empresas

Um dos primeiros atos de Trump no governo foi retirar os EUA do Acordo de Paris, principal da ONU no combate à crise climática (Jim Watson/AFP)

Um dos primeiros atos de Trump no governo foi retirar os EUA do Acordo de Paris, principal da ONU no combate à crise climática (Jim Watson/AFP)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 24 de julho de 2025 às 18h00.

Última atualização em 25 de julho de 2025 às 12h57.

Após uma mudança dramática na política energética americana com Trump, os EUA cancelaram US$ 22 bilhões ( R$ 121,4 bi) de investimentos em projetos verdes durante o primeiro semestre de 2025 — um retrato de uma série de empresas dando para trás em metas climáticas.

De 2023 até a análise, o número somava apenas US$ 3 bilhões ( R$ 16,6 bi), o que reflete a concentração neste ano sob a nova administração.

Desde o dia de sua posse em janeiro, o novo presidente mostrou a que veio. Um dos seus primeiros atos foi tirar o país do Acordo de Paris e o mote “drill, baby, drill” é proferido com frequência para sinalizar sua postura em prol da exploração de petróleo. 

Os cortes representam aproximadamente 17% dos US$ 133 bilhões (R$ 734,2 bi) para as iniciativas anunciadas desde o início de 2022, segundo um levantamento da organização internacional de pesquisa E2. 

Os dados revelam que o setor de energia limpa enfrenta um período de retração significativa no país e os cancelamentos resultaram na perda de mais de 5 mil postos de trabalho no período.

Entre as iniciativas mais emblemáticas abandonadas pelo governo americano, estão o plano de US$ 4,3 bilhões (R$ 23,7 bi) da General Motors para expandir uma de suas fábricas destinada à construção de novas picapes elétricas em Michigan.

Em junho, o país registrou o pior cenário: US$ 6,7 bilhões (R$ 37 bi) em projetos cancelados, afetando cinco fábricas de baterias, sistemas de armazenamento e veículos elétricos nos estados do Colorado, Indiana e Michigan.

Paradoxalmente, muitos dos cancelamentos aconteceram em estados tradicionalmente liderados pelos republicanos e que haviam se beneficiado de investimentos em energia limpa nos últimos anos.

Mudança na política energética

A onda de cancelamentos antecedeu a assinatura de Trump de um projeto de lei tributária que reverte as isenções fiscais verdes implementadas durante o governo Biden.

O Congresso aprovou recentemente a legislação que elimina gradualmente os incentivos para a produção de energia solar e eólica, bem como para veículos elétricos -- levando a uma série de empecilhos para que empresas e organizações possam impulsionar a agenda de transição energética. 

Segundo especialistas, é uma mudança que traz uma "reversão completa" da política do ex-presidente Biden, que em 2022 assinou uma ampla lei climática canalizando centenas de bilhões de dólares em incentivos para projetos verdes.

A tendência levanta questões sobre o futuro da transição energética americana e o impacto da economia verde como motor de crescimento local, destacou a organização.

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