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Telhas solares da Eternit: a expectativa é de um custo 20% menor em comparação aos sistemas fotovoltaicos tradicionais (Eternit/Divulgação)
Rodrigo Caetano
Publicado em 16 de março de 2021 às 14h29.
Última atualização em 16 de março de 2021 às 15h33.
A Eternit está avançando com seu projeto de telhas solares. Entre janeiro e fevereiro deste ano, foram concluídas mais quatro instalações dos equipamentos, além dos dois projetos que foram concluídos no ano passado. A empresa já recebeu certificado do Inmetro para a produção das telhas e agora faz os últimos testes de resistência antes de levar o produto ao mercado, no segundo semestre deste ano, conforme o planejamento da companhia.
Veja exemplos práticos de como as empresas geram valor a seus negócios com as normas do ESG
Os projetos fotovoltaicos foram instalados nas cidades de Ourinhos e Marília, no estado de São Paulo; Itaipava, no Rio de Janeiro; e Cambé, no Paraná. O menor deles, em Ourinhos, tem capacidade de 70 kWh por mês, o suficiente para uma economia mensal de 50 reais na conta. Foram usadas 72 telhas nessa instalação. Já o maior está em Marília, com 560 telhas e capacidade de 550 kWh/mês, o suficiente para abater 390 reais da conta de luz, considerando a tarifa atual.
Cada telha solar, cujo tamanho é de 36,5 cm por 47,5 cm, tem potência de 9,16 watts, o que se reflete em uma capacidade média mensal de produzir 1,15 Quilowatts-hora (Kwh) por mês. A empresa estima que o uso da tecnologia possa reduzir o custo de um sistema solar em até 20%. Com isso, o retorno esperado para o investimento é de três a cinco anos. Para uma residência pequena, são necessárias cerca de 150 telhas; casas de alto padrão devem utilizar até 600 unidades. O restante do telhado pode ser feito com telhas comuns.
As telhas solares serão produzidas na fábrica da Tégula Solar, marca que pertence ao grupo, em Atibaia, interior de São Paulo. A linha de produção já está rodando, mas, no momento, apenas projetos piloto, de clientes selecionados pela empresa, estão recebendo o material. “Estamos seguindo com sucesso as etapas do plano de desenvolvimento”, afirmou Luís Augusto Barbosa, presidente do Grupo Eternit. Barbosa foi o convidado desta semana do podcast ESG de A a Z, produzido pela EXAME.
Quando decidiu abandonar o amianto, produto cancerígeno que teve a comercialização banida no Brasil e em vários países, há cerca de três anos, a Eternit passou a olhar para oportunidades em setores alinhados com a nova economia. “Investimos em construção seca, que tem menor impacto, e nas telhas solares”, disse Barbosa. “O projeto de energia andou mais rápido, até pelo momento difícil do mercado de construção.”
Com o fim do seu principal negócio (a empresa vendeu telhas com amianto por quase 80 anos), a Eternit entrou em um processo de reestruturação complexo, que agora começa a se mostrar acertado. “Entramos em recuperação judicial preventivamente. Sabíamos que seria difícil”, diz o presidente. “Mas, como temos feito a lição de casa, o mercado percebeu o esforço e retomou a confiança na empresa.” No ano passado, a Eternit foi a empresa que mais valorizou na B3: 221%.