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Segundo pesquisadores, governos não podem mais ignorar a acidificação das águas em seus planos climáticos (AFP Photo)
Repórter de ESG
Publicado em 10 de junho de 2025 às 09h00.
A acidez dos oceanos atingiu níveis críticos, ultrapassando pela primeira vez os limites planetários definidos para a segurança dos ecossistemas marinhos.
A pesquisa internacional, conduzida pelo Plymouth Marine Laboratory (PML), do Reino Unido, e com a colaboração da NOAA e da Universidade Estadual do Oregon, alerta que a acidificação oceânica representa uma grave ameaça para a biodiversidade marinha e pode ter consequências irreversíveis para as economias costeiras.
Este fenômeno, considerado o "gêmeo maligno" da crise climática, ocorre quando o dióxido de carbono (CO₂) é absorvido pelas águas oceânicas, reduzindo o pH e afetando organismos marinhos essenciais, como corais, moluscos e ostras. Segundo o estudo, o limite seguro de acidez foi ultrapassado por volta de 2020, após mais de 150 anos de deterioração acelerada.
A oceanógrafa Helen Findlay, do PML, afirmou ao The Guardian: “Se as águas profundas estão mudando tanto, o impacto pode ser ainda pior do que imaginávamos.”
A acidificação dos oceanos já está afetando diretamente organismos marinhos fundamentais. O enfraquecimento das conchas de moluscos e a queda na reprodução de diversas espécies são alguns dos efeitos mais evidentes.
Além disso, habitats naturais, como berçários marinhos, estão entrando em colapso. Ecossistemas vulneráveis, como os recifes de corais tropicais e os corais de águas profundas, estão sob risco iminente.
Para os cientistas, a única solução a longo prazo é a redução drástica das emissões de CO₂, que é a principal causa da acidificação. Contudo, medidas de conservação marinha podem ser adotadas imediatamente para proteger áreas e espécies mais ameaçadas.
O cientista Steve Widdicombe, também do PML, alerta que “estamos diante de uma bomba-relógio para os oceanos” e que as decisões atuais moldarão o futuro da vida marinha.
Jessie Turner, diretora da Aliança Internacional contra a Acidificação Oceânica, reforçou a urgência dessa questão, ressaltando que “governos não podem mais ignorar a acidificação em seus planos climáticos. Muito do habitat marinho adequado já foi perdido", afirma.
O estudo destaca a necessidade de ação urgente, não apenas para mitigar os efeitos da acidificação oceânica, mas também para conter as mudanças climáticas que aceleram esse fenômeno.