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Foram analisadas 29 espécies nativas da Mata Atlântica presentes na Grande São Paulo e seis delas se mostraram as mais resistentes (Wavebreakmedia Ltd/Thinkstock)
Repórter de ESG
Publicado em 24 de abril de 2025 às 12h40.
Última atualização em 24 de abril de 2025 às 13h35.
Com eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes e intensos, as árvores são grandes aliadas para tornarem as cidades mais resilientes. Mas afinal, quais são as mais resistentes ao alto estresse ambiental?
Um estudo pioneiro do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) analisou 29 espécies nativas da Mata Atlântica presentes na Grande São Paulo e revelou que seis são as mais resistentes aos efeitos das mudanças climáticas.
São elas: Cupania vernalis (Camboatá ou Camboatã), Croton floribundus (Capixingui ou Tapixingui), Eugenia cerasiflora (Guamirim), Eugenia excelsa (Pessegueiro-bravo), Guapira opposita (Maria-mole) e Myrcia tijucensis (Guamirim-ferro).
Estas poderão ser consideradas para a arborização urbana no futuro, desde que atendam a critérios como resistência a patógenos e pragas e tenham características como crescimento da copa e das raízes, disse o Instituto.
Agora, o IPA tem um novo projeto que visa aprimorar as metodologias de análise, incorporando novos biomarcadores para classificar a tolerância das árvores ao estresse urbano.
O estudo também ampliará o número de espécies analisadas, incluindo aquelas utilizadas em projetos de restauração florestal, além de realizar experimentos em câmaras de crescimento para avaliar a resistência das árvores à poluição e a eventos climáticos extremos.
Segundo os pesquisadores, a descoberta traz novas perspectivas para o planejamento urbano no contexto de adaptação climática e na formulação de políticas públicas. As espécies certas podem fazer a diferença na preservação da biodiversidade e na qualidade de vida em regiões metropolitanas.
O estudo também oferece importantes orientações para ações de reflorestamento, ajudando na escolha das espécies mais adequadas para recuperar áreas urbanas e mitigar o efeito das ilhas de calor.
Marco Aurélio Nalon, coordenador do IPA, destacou que investir em pesquisa científica e inovação é essencial para desenvolver soluções sustentáveis e eficazes que garantam a resiliência das cidades e a conservação ambiental.
O trabalho faz parte do Plano de Desenvolvimento Institucional em Pesquisa (PDIP), financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).