ESG

Essas Mulheres Sustentáveis: livro apresenta visões femininas do ESG

Organizada por Velma Gregório, coletânea independente traz reflexões das integrantes do grupo Mulheres Sustentáveis em textos técnicos e inspiradores

Female character in pink suit is increasing the money by watering money plant. Concept of successful investor or entrepreneur. Money grows with ideas as a metaphor. Flat cartoon vector illustration (Rudzhan Nagiev/Getty Images)

Female character in pink suit is increasing the money by watering money plant. Concept of successful investor or entrepreneur. Money grows with ideas as a metaphor. Flat cartoon vector illustration (Rudzhan Nagiev/Getty Images)

RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 20 de junho de 2022 às 09h43.

Quando 200 profissionais se juntam em um grupo de discussões é esperado, e até desejável, que surjam soluções inovadoras. Quando as profissionais em questão são mulheres que atuam em sustentabilidade e que apoiam outras mulheres, essa capacidade pode ser potencializada por um milhão. Fervilham oportunidades, parcerias, compartilhamento de conhecimento e iniciativas conjuntas que contribuem para a construção de uma sociedade melhor.  Diante de toda essa abundância de experiências, senti o potencial da compilação deste conhecimento em um livro, capaz de engajar e mobilizar o setor empresarial para a sustentabilidade.

Receba gratuitamente a newsletter da EXAME sobre ESG. Inscreva-se aqui:

Porém, nada surge do dia para a noite. E nem só de uma pessoa. É uma construção que começa com a ideia da criação do próprio grupo, que foi da Karen Tanaka, outra profissional de sustentabilidade engajada desde há muito tempo. Ela mobilizou várias mulheres da sua rede para encontros presenciais, lá em 2017. Eu tive a sorte de ser uma das convidadas. Bem no início éramos poucas mulheres, em São Paulo, ainda funcionando em um modelo mental de necessidade de presença física. Não que a gente abra mão disso agora, mas era um momento diferente aquele. Sempre era maravilhoso e saímos querendo mais. A cada encontro uma mulher trazia outra. Falamos das dores e amores do nosso cotidiano ativista da sustentabilidade, antes do recente tsunami ESG dos anos 2020. Comemorávamos as vitórias, buscávamos soluções e ríamos (muito) das situações inusitadas dos nossos dias. Aí vieram a pandemia, o isolamento e a força dos grupos de Whatsapp e as reuniões online. O que poderia ser o fim do grupo acabou transformando-se na oportunidade de mais e mais mulheres, agora de todos os lugares do Brasil, participarem e interagirem. Do tempo dos primeiros encontros presenciais trouxemos a leveza e a despretensão. Hoje somos 250.

Diferentemente do padrão de grupos virtuais, este foi realmente sendo um grupo de apoio e ajuda, referência, troca de ideias, materiais, oportunidades de trabalho, empoderamento real. Quanto mais o grupo crescia, mas eu via ali uma infinidade de oportunidades de atuação conjunta no mundo. Lançamos um curso de formação de redatores de sustentabilidade que formou duas turmas de 50 alunos, juntamos consultoras em um grupo de troca de oportunidade de trabalho, fizemos encontros temáticos para desafios comuns, promovemos mentorias individuais para as questões mais pessoais e neste contexto vibrante, lancei a ideia de reunir conhecimentos e saberes de cada uma em uma publicação colaborativa. Assim nasceu o livro “Essas Mulheres Sustentáveis”.

Essa publicação foi resultado da experiência de vida e conhecimento corporativo e acadêmico de 40 profissionais da Sustentabilidade e ESG, incluindo a autora do prefácio, Regina Magalhães, Ph.D. em Sustentabilidade convidada especialmente por nós para a ocasião. Busca inspirar e fortalecer o trabalho dos profissionais da sustentabilidade e levar o olhar da gestão ESG para todas as áreas das empresas brasileiras.

Produzido de forma colaborativa, da concepção à distribuição, cada decisão foi tomada em conjunto. Colocamos no mundo não só as ideias, mas um conceito de trabalho coletivo diferente do tradicional, que levou em consideração as opiniões de todas as envolvidas no processo. Dá trabalho, mas todas – cada participante é realmente dona do projeto.

Com currículos de peso e muita experiência, as autoras apresentam textos que variam entre conteúdo técnico acionável e estratégico, sugestões práticas, crônicas, casos afetivos e cômicos, além de muita inspiração, seja em poemas ou em textos que nos pedem senso de urgência. ESG, direitos humanos, economia circular, engajamento, stakeholders, pensamento sistêmico, impermanência, rentabilidade, cultura institucional, biodiversidade, regeneração, desenvolvimento e consumo local, índices e certificações, mercado de carbono, riscos e impacto, todos os temas da Sustentabilidade estão lá em linguagem simples, direta e acessível. Os ensaios são apresentados em quatro categorias: Essencial, Experiência, Inevitável e Inspiração A disposição dos artigos segue a ordem alfabética do nome da autora, deixando explícita, mais uma vez, a equidade no tratamento.

Como destacado no prefácio “existem fortes indícios publicados em diversas revistas científicas renomadas que empresas com maior presença de mulheres na liderança executiva e nos Conselhos de Administração possuem melhor desempenho em sustentabilidade, são mais diversas e criam ambientes menos propensos à corrupção e ao assédio”.  Neste livro, entendemos o porquê. Ao construir o livro, os desafios surgidos do processo colaborativo e do trabalho remoto foram superados com muito diálogo, uso da tecnologia e pelo envolvimento de pessoas com um novo ethos, um jeito novo de estar no mundo.

 

Mantendo-nos fiéis às origens colaborativas, sustentáveis e descomplicadas do projeto, lançamos o livro virtualmente neste último Dia Mundial do Meio Ambiente. O livro “Essas Mulheres Sustentáveis: Coletânea de reflexões das integrantes do grupo Mulheres Sustentáveis” pode ser acessado gratuitamente  no link https://drive.google.com/file/d/1C3pV3H6KPN-6BZvOxFZvdMfFWrLg-DrE/view e no Kindle.

Acompanhe tudo sobre:FeminismoMulheresMulheres executivas

Mais de ESG

"Apenas 1% do que é anunciado nas Cúpulas do Clima chega nos povos indígenas", diz Sonia Guajajara

Receita abre nesta sexta-feira consulta ao lote residual de restituição do IR

Indique Uma Preta: consultoria que nasceu no Facebook já impactou 27 mil profissionais negros

A COP29 está no limite e o fracasso não é uma opção, diz Guterres