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Como metas, Angela busca fortalecer a cultura de planejamento financeiro e inclusão
Repórter de ESG
Publicado em 11 de março de 2025 às 10h48.
“Trabalho, trabalho e trabalho”. É assim que Ângela Assis resume a sua trajetória. Atual presidente da Brasilprev, filiada do Banco do Brasil, iniciou sua carreira ministrando aulas de português para estudantes de concurso. Começou a trabalhar no BB em 1992 e, desde então, construiu uma carreira marcada por desafios e transições estratégicas.
Formada em Relações Internacionais e com especializações em administração de recursos humanos e liderança estratégica, começou a trabalhar em agência bancária, com o objetivo de ficar um ano na companhia. Lá se foram mais de 30 anos. “Me apaixonei. O BB é uma empresa que traz muitas oportunidades e, de fato, aproveitei as chances que me foram oferecidas”, explica.
Seu crescimento no banco veio com movimentações que ampliaram sua visão do negócio. Rapidamente, tornou-se gerente de expediente e, por seu foco em resultados, foi assumindo cargos de maior responsabilidade. Trabalhou em superintendências, investimentos e financiamentos, e depois na diretoria de cartões.
Em 2009, aceitou um convite para a diretoria de controles internos, apesar de ser uma área sem relação com sua experiência comercial. "Na época, muitos me disseram que era um absurdo eu sair da área de produtos, mas eu vi como uma oportunidade de crescimento", lembra. Foi uma das poucas mulheres a ocupar um cargo no colegiado da instituição e, dois anos e meio depois, voltou para a área de produtos.
Assumiu a diretoria de seguros em 2012, e, no ano seguinte, participou do IPO da BB Seguridade, que, à época, foi o maior já atingido por uma empresa brasileira até então. Passou pela liderança das áreas de produtos, comercial, clientes e marketing até, em 2017, ser convidada para integrar a Brasilprev como diretora comercial. Três anos depois, em novembro de 2020, foi indicada para a presidência da companhia, tornando-se a primeira mulher a liderar uma empresa coligada ao Banco do Brasil.
Ao longo da trajetória, Ângela percebeu o impacto de sua presença em um setor historicamente masculino. "Sempre foquei em entregar resultados, mas com o tempo, entendi a importância de usar esse espaço para incentivar mudanças", afirma.
Na Brasilprev, implementou metas concretas para diversidade, estabelecendo que, até 2026, 45% dos cargos de liderança sejam ocupados por mulheres e 30% por pessoas pretas ou pardas. Atualmente, os índices já alcançam 41% e 25%, respectivamente.
A primeira geração em um mundo igualitário para mulheres?Outro ponto de atenção da executiva é a longevidade, um dos principais pontos na atuação da Brasilprev, companhia focada na previdência privada. "O Brasil está envelhecendo rápido. Em 2050, teremos mais aposentados do que contribuintes", alerta.
Para preparar os brasileiros financeiramente para essa realidade, a Brasilprev aposta em programas de educação financeira e produtos de previdência que auxiliam na construção de reservas de longo prazo.
O envelhecimento da população também reflete no mercado de trabalho. Ângela destaca a necessidade de combater o etarismo, prática que limita as oportunidades para profissionais maduros. "Muitas empresas ainda impõem barreiras para colaboradores 50+, mas esquecem que seus clientes do futuro também estarão nessa faixa etária", aponta.
Para mudar esse cenário, a Brasilprev adotou políticas para ampliar a presença de profissionais maduros e fomentar a troca intergeracional dentro da empresa.
Com um setor financeiro em transformação e o impacto crescente da longevidade, Ângela vê o reforço na educação financeira como prioridade para os próximos anos. "Nosso papel é ajudar as pessoas a pensarem no futuro e tomarem decisões sustentáveis", diz.
Para isso, a companhia busca oferecer assessoria especializada e melhorar o acesso aos produtos de previdência, garantindo que o atendimento seja adequado para diferentes perfis de clientes, independentemente da idade ou familiaridade com tecnologia.
Ângela Assis segue focada em fortalecer a cultura de planejamento financeiro e inclusão. "Ter diversidade nas equipes e pensar no longo prazo não são apenas valores institucionais. São fatores essenciais para o sucesso e a relevância da empresa no futuro", conclui.