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ESG Summit: “Nenhum sistema estava preparado para o que enfrentamos”, diz vice-governador do RS

Durante evento promovido pela EXAME, especialistas foram categóricos ao afirmar que mitigar já não basta; é preciso agir antes do colapso climático

EXAME Solutions
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Publicado em 24 de julho de 2025 às 13h38.

Última atualização em 25 de julho de 2025 às 09h51.

Governos, empresas e organizações civis concordam em um ponto: mitigar os efeitos da crise climática já não basta. A nova prioridade é garantir que sistemas públicos e privados estejam preparados para agir antes da catástrofe. Essa agenda de adaptação, que deve ganhar força na COP30, marcada para novembro em Belém (PA), foi o foco do painel “Eventos climáticos extremos e a necessidade de adaptação”, durante o ESG Summit promovido pela EXAME.

Com mediação de Renata Faber, diretora de ESG da revista, participaram do debate Gabriel Souza, vice-governador do Rio Grande do Sul; Fernando Passalio, presidente da Copasa; Leo Farah, fundador da Humus; e Angela Magalhães Gomes, diretora-técnica da PSR.

Comunidade treinada salva vidas
O primeiro alerta veio de Leo Farah, capitão da reserva dos Bombeiros e fundador da ONG Humus, com atuação em desastres como Brumadinho e Mariana. Ele destacou que eventos climáticos extremos são previsíveis — o problema está na falta de preparo da população.

“O problema não é ignorância, é falta de informação prática. Quando as comunidades sabem o que fazer, evitam tragédias”, afirmou. Segundo ele, em 2024, cidades gaúchas que participaram de treinamentos da ONG conseguiram evacuar áreas de risco a tempo, sem vítimas.

A metodologia da Humus ensina moradores a identificar sinais de risco, armazenar documentos importantes, planejar rotas de fuga e agir com autonomia em situações de emergência. “O Estado tem o dever de proteger, mas o primeiro passo é o autosalvamento”, defendeu Farah.

Crise hídrica em um cenário de extremos
Fernando Passalio, presidente da Copasa, destacou os desafios enfrentados por Minas Gerais, estado que sofre tanto com períodos de seca quanto com enchentes. Para garantir segurança hídrica, a companhia investe R$ 2 bilhões na integração dos sistemas dos rios Manso e das Velhas — principais mananciais da região metropolitana de Belo Horizonte. Para garantir segurança hídrica, a companhia investe R$ 2 bilhões na integração dos sistemas dos rios Manso e das Velhas — principais mananciais da região metropolitana de Belo Horizonte.

“Com o monitoramento em tempo real, conseguimos transferir água entre bacias, antecipando crises”, explicou Passalio. A ideia é usar sensores e algoritmos para conectar os reservatórios e manter o abastecimento em situações críticas.

Reconstrução e prevenção no Rio Grande do Sul
O vice-governador do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza, relatou os impactos da maior tragédia climática da história do estado, em maio de 2024, que deixou quase 200 mortos e mais de meio milhão de desabrigados.

“A última enchente parecida tinha sido em 1941, e foi muito menor. Nenhum sistema de proteção estava preparado para enfrentar o que nós enfrentamos”, afirmou. A resposta veio com o Plano Rio Grande, que prevê R$ 14 bilhões em investimentos até 2027.

“Antes levávamos duas semanas para identificar as áreas de inundação. Agora, em 2 horas, podemos apoiar as pessoas atingidas”, disse Souza. O plano inclui obras de drenagem, construção de diques e até a realocação de cidades inteiras — como Muçum, que será transferida por impossibilidade de reconstrução no local original.

Energia elétrica sob pressão climática
Angela Magalhães Gomes, diretora-técnica da PSR, alertou que o setor elétrico brasileiro também não está adaptado à nova realidade climática. Segundo ela, vendavais e enchentes afetam diretamente a operação das redes, mas os contratos de concessão em vigor não contemplam essa vulnerabilidade.

“Essas novas tecnologias têm cerca de dez anos, então elas maturam mais rápido e a recuperação do investimento precisa vir mais rápido também. Isso precisa estar melhor refletido nos contratos”, defendeu. Para ela, preparar ativos mais resilientes exige planejamento de longo prazo e incentivos para adoção de novas tecnologias.

Angela também propôs uma nova governança para o setor, que permita o compartilhamento de infraestrutura e equipes entre concessionárias — como já ocorreu nos Estados Unidos durante a temporada de furacões na Flórida.

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