No ano passado, a chamada geração distribuída adicionou 2,5 GW de capacidade instalada no país, sendo a fonte que mais cresceu no período (Bloomberg/Getty Images)
Rodrigo Caetano
Publicado em 29 de junho de 2021 às 12h26.
Última atualização em 29 de junho de 2021 às 12h54.
A geração própria de energia solar alcançou a marca de 6 gigawatts de potência no Brasil, de acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). A capacidade é equivalente a 40% da potência da usina de Itaipu, a maior hidrelétrica brasileira.
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Existem, atualmente, 518 mil sistemas solares conectados à rede, que abastecem 652 mil unidades consumidoras, entre casas e empresas. Ao longo dos últimos nove anos, o setor acumula mais de 30 bilhões de reais em investimentos, tendo gerado 180 mil empregos.
Os números encorajam a indústria a pedir maior protagonismo nas definições da política energética, e incentivos para o crescimento. Nesta terça-feira, 29, a Absolar encaminhou ao Ministério de Minas e Energia uma série de propostas para aliviar a crise hídrica atual, que pode exigir o racionamento de energia, usando energia solar. Nesta terça-feira, a Agência Nacional de Energia Elétrica ajustou a tarifa da bandeira vermelha em 52%.
“Tanto as grandes usinas quanto os pequenos sistemas em telhados contribuem para aliviar a pressão sobre os reservatórios das hidrelétricas e diminuir o acionamento de termelétricas fósseis, mais caras e poluentes”, afirma Rodrigo Sauaia, CEO da Absolar. “Isso ajuda a reduzir a demanda por eletricidade no País, especialmente nos horários de pico de consumo do sistema, entre 11h e 18h.”
A entidade propôs ao ministro Bento Albuquerque que o governo estabeleça um incentivo claro para a geração de energia solar com investimentos próprios dos consumidores, e que atue junto às distribuidoras para destravar novos projetos em telhados e pequenos terrenos, que ainda aguardam liberação das concessionárias.
No ano passado, a chamada geração distribuída, modelo usado pela energia solar, adicionou 2,5 GW de capacidade instalada no país, sendo a fonte que mais cresceu no período. Somente em Minas Gerais, 500 megawatts aguardam um aval da distribuidora para entrar em operação.
Demanda popular
Uma pesquisa conduzida pela universidade de Yale, nos Estados Unidos, aponta que a imensa maioria da população brasileira acredita no aquecimento global. Os negacionistas somam apenas 3% da população. Somente a Costa Rica, com 2% de negadores, tem menos cidadãos duvidando da ciência.
s que duvidam que a ação humana é responsável pelo fenômeno, no entanto, estão em maior número: 13%. Ainda assim, são minoria no país. No mundo, os negacionistas também estão em minoria, variando de 2% a 12% da população, de acordo com a nacionalidade.
Em relação ao combate às mudanças climáticas, só 12% dos brasileiros concordam que ele atrapalhe a economia. Outros 74% apoiam fortemente a adesão do país ao Acordo de Paris, e 87% dizem que as energias renováveis deveriam receber mais suporte.
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