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Empresas têm política, mas não têm orçamento para Direitos Humanos, aponta KPMG

Segundo estudo "Direitos Humanos nos negócios: impactos e desafios”, questão é ameaça à concretização dos planos

KPMG: Apenas 22% das empresas realizam análises de impacto ligadas a Direitos Humanos (courtneyk/Getty Images)

KPMG: Apenas 22% das empresas realizam análises de impacto ligadas a Direitos Humanos (courtneyk/Getty Images)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 23 de fevereiro de 2024 às 10h00.

Embora as políticas e diretrizes sobre Direitos Humanos sejam uma realidade para 70% das empresas brasileiras, apenas 34% delas possuem o orçamento adequado para realizar ações no tema, aponta a pesquisa “Direitos Humanos nos negócios: impactos e desafios”, da consultoria KPMG. Segundo o estudo, a falta de verba afeta a concretização dos planos e indica pouco planejamento.

Enquanto quase metade (48%) das empresas possuem compromissos e ações ligadas às orientações da Organização das Nações Unidas (ONU) ou às diretrizes da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), 30% delas não conhecem a questão. De acordo com a publicação, cabe às companhias brasileiras mais clareza e comunicação sobre os investimentos na temática, além de um maior envolvimento da alta liderança.

Apenas 30% das companhias ouvidas têm compromissos públicos estabelecidos. A taxa das que estabelecem metas a partir dos planos assumidos é ainda menor, de somente 26%. Mais de 60% das empresas realizam relatórios anuais de sustentabilidade, mas as análises de impacto na área social são realizadas por apenas 22%.

Para André Winter, sócio-diretor de ESG da KPMG no Brasil, é imprescindível aprimorar a atuação da área social nas companhias. “Sem compromissos firmes e execução efetiva, muitas organizações estarão fadadas à irrelevância e, a longo prazo, podem deixar de existir”, conta.

As principais ações de Direitos Humanos

Entre os temas mais trabalhados está o combate à discriminação no trabalho e na relação com clientes e fornecedores, prioridade para 94% das empresas ouvidas. Ações pela saúde e segurança são relatadas por 92%, seguidas por combate ao assédio (89%) e a busca por mecanismo de denúncia (86%).

Mais da metade (56%) dos negócios criaram códigos de conduta para fornecedores que abordam o respeito às condições dignas de trabalho e pela eliminação do trabalho forçado ou análogo á escravidão. Treinamentos sobre Direitos Humanos também são uma prática para 54% deles, que oferecem a ferramenta para empregados e funcionários terceirizados que tenham contato com clientes e comunidades. 38% ainda não possuem formas de capacitação.

A pesquisa levou em conta 50 empresas brasileiras de diferentes setores e portes.

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