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Empreendedores das favelas afirmam ter dificuldades para acessar crédito, diz estudo

Estudo realizado pelo Instituto Data Favela busca entender e compartilhar dados e desafios sobre o cenário atual do empreendedorismo nas favelas

Empreendedorismo nas favelas do RJ: Segundo Data Favela, 39% têm o próprio negócio, podendo ser essa a principal atividade da renda ou não. (iStockphoto/Getty Images)

Empreendedorismo nas favelas do RJ: Segundo Data Favela, 39% têm o próprio negócio, podendo ser essa a principal atividade da renda ou não. (iStockphoto/Getty Images)

Fernanda Bastos
Fernanda Bastos

Repórter de ESG

Publicado em 1 de agosto de 2023 às 07h00.

Praticamente todos os empreendedores das favelas que tentaram acessar crédito para empreender relatam dificuldades, é o que mostra o levantamento Expo Favela – RJ, do Instituto Data Favela, quando 66% percebem o desafio e apenas 1% dizem que não. Além disto, os outros 33% dos entrevistados sequer tentaram acessar o recurso. 

Conduzir as atividades do próprio negócio é um dos maiores desafios sentidos pelo grupo. Para 55%, a maior dificuldade é a falta de capital para investir no negócio. Já para 25% o desafio é fazer a gestão financeira; e 24% relata a falta de equipamentos adequados. 

Se os recursos estivessem disponíveis os principais investimentos realizados seriam na divulgação, compra de máquinas e equipamentos e na diversificação do portfólio de produtos e serviços. Além disto, enquanto 56% se consideram empreendedores, apenas 39% têm o próprio negócio, podendo ser essa a principal atividade que compõe a renda ou não. Entre as pessoas que empreendem por meio de negócio próprio, 33% têm os negócios a mais de cinco anos. Mas 44% dizem ter o negócio a um ou dois anos ou até um ano. 

Diversificação e a informalidade dos negócios

O tipo de negócio e setor de atuação são pontos bastante diversificados: 10% deles são do setor alimentício como restaurante, lanchonete e vendas de refeições. Empatado em 5% estão serviços de estética e cabeleireiro, revenda de produtos cosméticos, construção civil e reformas e o comércio especializado – como avicultura, farmácia.

Já em 4%, a pesquisa traz os setores de: comércio e manutenção de eletrônicos e serviços domiciliares, como limpeza. Apesar de muito diverso, a informalidade é um dos grandes desafios para os empreendedores das favelas, visto que a maioria (57%) não tem um CNPJ formalizando a existência do negócio próprio. 

“Muitas vezes a pessoa não encontra no emprego formal a oportunidade para desenvolver toda sua potencialidade. O morador só vai conseguir ganhar mais do que dois salários mínimos se empreender dentro da favela. Assim, pode usar o seu potencial e fazer com que o dinheiro fique dentro das próprias favelas”, diz Renato Meirelles, fundador do Data Favela.

A pesquisa ouviu 1674 pessoas, dentre os respondentes, 85% afirmaram ser negros, enquanto 83% eram da classe D e E. Já sobre escolaridade do grupo, 52% disseram ter até o ensino médio incompleto, enquanto 42% tinham ensino médio completo mas ensino superior incompleto e 48% afirmaram ter entre 30 a 44 anos. 

Motivações, vendas e expectativas futuras

De acordo com os dados do estudo, 42% dos entrevistados abriram o próprio negócio por oportunidade e não por necessidade. Ou seja, tinham outras alternativas de trabalho mas encontraram uma boa oportunidade de negócio e não por falta de trabalho. A internet também impactou a forma com que os negócios das favelas se organizam e seis em cada 10 empreendedores atendem seus clientes online.

No último ano, somente 17% dos empreendedores registraram aumento em suas vendas, 48% sentem que não houve alteração e 35% que houve diminuição. Mas a perspectiva é positiva: 73% acreditam no crescimento das vendas para os próximos 12 meses, e 9 de cada 10 se declaram otimistas em relação ao futuro do negócio. 

“Quando falo que a favela não é carência, mas uma grande potência, é uma forma de corrigir o olhar recheado de compaixão equivocada, e preconceito, por uma região que produz e consome 208 bilhões de reais por ano. Portanto, é importante olhar a potência dessas pessoas, não apenas olhar para o que falta para elas”, explica Celso Athayde, CEO da Expo Favelas.

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