Light painting performance at night in the forest. (Artur Debat/Getty Images)
Rodrigo Caetano
Publicado em 13 de junho de 2022 às 15h11.
Estamos diante de uma nova era, na qual a tecnologia e a sustentabilidade estão no centro das atenções. Embora ainda seja cedo para a reinvenção estratégica da maioria das empresas, uma nova mensagem surge com uma força cada vez maior: à medida que o contexto evolui rapidamente, a jornada estratégica também precisa mudar.
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Não tenho dúvidas sobre a importância da economia verde para uma nação como o Brasil, que tem a maior fronteira de investimento energético do mundo, com energia limpa -- e, também, uma das mais baratas. A pandemia global criou um impulso adicional significativo para a mudança. O desafio agora é preparar o País para as próximas gerações com novas métricas ambientais, sociais e de governança corporativa. O ESG (Environmental, Social e Governance), tem ganhado destaque na sociedade, que começa a valorizar cada vez mais os negócios conscientes, comprometidos com o meio ambiente e com a preservação da saúde e do bem-estar da população. Na prática, ESG significa fazer a diferença para as pessoas, para seu negócio e para o planeta como um todo. O ESG também será a base uma nova economia, sem pegadas de carbono.
A jornada está no começo e os líderes mundiais precisam ser protagonistas desse novo caminho, pois o papel das empresas na sociedade está mudando. Não basta entregar o básico. É preciso fazer a diferença para as pessoas, para os negócios e para o meio-ambiente como um todo. As possibilidades são infinitas, assim como os benefícios. No agronegócio por exemplo, a tecnologia tem ajudado no aumento de produtividade, assim como na descarbonização das operações. Assim que adotarem mais dispositivos de Internet das Coisas (IoT) será possível gerenciar muitas tarefas simultaneamente e encontrar novas soluções para problemas que costumam impactar as operações. O mesmo acontece com outros setores da economia que estão mais atentos para o uso consciente de recursos e para a redução de pegadas de carbono.
Com a preocupação crescente do mercado em relação às práticas sustentáveis, as empresas estão diante de novas possibilidades para criar um futuro transparentemente mais brilhante para as próximas gerações. Entendendo seus ofensores e os anseios de suas partes interessadas (stakeholders) é possível desenvolver uma visão dinâmica e uma abordagem transformadora para os negócios. Pesquisas apontam que companhias com forte propósito empresarial têm o dobro de chance de aumentarem sua performance e de gerarem valor sustentável para seus negócios. Outros ganhos importantes também precisam ser destacados como a fidelização de clientes e a retenção de talentos.
Todas as companhias terão que reorientar seus negócios para um ecossistema de criação de valor que agregue sustentabilidade ambiental, engajamento de funcionários, parcerias externas e impacto social aos imperativos financeiros como medidas de sucesso. Independentemente do nível de maturidade de cada empresa, as questões ESG levarão os líderes a revisitarem suas estratégias para terem um plano que realmente reflita uma nova visão do futuro. Na prática, isso pode significar partir do simples mapeamento de carbono para a criação de operações que não emitam gases.
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A sustentabilidade pode ser também uma oportunidade de geração de negócios. Na Claro, por exemplo, entre uma série de iniciativas para o meio ambiente, social e de governança, temos o maior programa de geração de energia limpa e de eficiência energética do Brasil. Com isso, 55% de toda a operação da Claro no Brasil já utiliza energia renovável, sendo que 38% da energia limpa vem de fonte solar. Até o final deste ano, 80% dos nossos negócios serão abastecidos com energia limpa, algo inédito no mercado, ainda mais em empresas de consumo, TI e telecomunicações.
Antes mesmo do termo ESG virar moda, assumimos em 2019 nossos objetivos nessa área e trabalhamos continuamente para a melhoria dos resultados. Nossa meta é diminuir nossas emissões de gases de efeito estufa, e sermos carbono neutro até 2050. Para isso, estamos trabalhando para reduzirmos em 52% as emissões de carbono no consumo de eletricidade e combustíveis até 2030. Em oito anos, vamos também reduzir em 14% as emissões geradas pelos bens e serviços que compramos de nossos fornecedores. Até 2024, vamos reduzir 454 mil toneladas de gases e a meta seguinte será elevar esse objetivo para 540 mil toneladas.
Sem dúvida, a velocidade de adoção do ESG será incrementada com o uso de novas tecnologias que habilitar as empresas para atingirem o próximo nível em seus negócios, ajudando no enfrentamento dos maiores desafios de hoje e na captura das melhores oportunidades do amanhã. No que se refere a ESG, o mundo certamente pode mudar, para melhor!
*José Formoso é CEO da Embratel