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União Europeia: bloco é o mais avançado do mundo na transição para energias limpas e descarbonização (Yves Herman/File Photo/Reuters)
O avanço na transição energética e as ações globais em prol das energias limpas e renováveis vão estar na ordem do dia de representantes da União Europeia nesta sexta-feira, 29. O tema encerra a agenda de painéis do Fórum Econômico Mundial, que está no seu último dia de transmissões online.
À frente da discussão estará Frans Timmermans, vice-presidente da Comissão Europeia, que participa de um painel às 10 horas da manhã (horário de Brasília). Ele debaterá sobre como o setor privado pode contribuir para a implementação do Green Deal, plano econômico da Europa para o combate às mudanças climáticas. Também participam da conversa Teresa Ribera, ministra da transição ecológica da Espanha; Liam Condon, CEO da Bayer; Ester Baiget, CEO da Novozymes, empresa dinamarquesa de biotecnologia e Mirek Dusek, chefe adjunto do Centro de Assuntos Geopolíticos e Regionais do Fórum Econômico Mundial.
O bloco europeu é o mais avançado quando se fala em energia limpa e quer continuar na dianteira da corrida pela neutralidade em carbono. Para isso, o continente destina mais de 30% dos fundos para o combate às alterações climáticas, além de viabilizar a criação de oportunidades de investimento sustentáveis. Anunciado em maio de 2020, o Green Deal tem o objetivo de acelerar a eliminação dos combustíveis fósseis na Europa. O desejo do bloco de 27 países é reduzir o carbono em 55% até o final da década.
Em setembro, Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, órgão executivo do bloco, anunciou que a UE também planeja vender 225 bilhões dos 750 bilhões de euros do fundo de recuperação da pandemia em títulos verdes.
De acordo com a BloombergNEF, os gastos globais em energia renovável e eletrificação do sistema de energia mundial dos combustíveis fósseis atingiram recorde de 501,3 bilhões de dólares em 2020. A agência também estima que a União Europeia precise dobrar a proporção de eletricidade produzida a partir de fontes renováveis até o final da década para conseguir cumprir a meta mais rígida de redução de emissões. Para isso, o engajamento do setor privado seria um motor indispensável para alcançar essas metas.
O americano Joe Biden também já definiu as políticas climáticas como prioritárias no novo governo. O enviado especial do clima de Biden, John Kerry, adota um tom belicoso ao se referir às mudanças climáticas. Há um ano, Kerry lançou uma iniciativa para o clima batizada de World War Zero (guerra mundial zero, em tradução livre). Em sua visão, o tema deve ser tratado como um conflito de proporções globais, semelhante às duas Grandes Guerras do início do século passado. Na primeira semana de governo empossado, ele não arrefeceu.
Em Davos, Kerry anunciou que os Estados Unidos organizarão sua própria conferência climática internacional, no dia 22 de abril, quando é celebrado dia da Terra. “Um evento essencial para garantir que 2021 seja o ano de recuperação do tempo perdido nos últimos quatro anos”, disse o czar do clima, em clara referência às políticas anticlimáticas do governo de Donald Trump.