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Em encontro, mulheres negras discutem barreiras para ascensão profissional no Brasil

Fundação Lemann organizou segundo Encontro Aquilomba, que reuniu 90 lideranças negras comprometidas com o desenvolvimento profissional e impacto social

Mulheres negras não apenas enfrentam mais barreiras para conseguir ocupar cargos, como também precisam superar obstáculos adicionais (AdobeStock/Reprodução)

Mulheres negras não apenas enfrentam mais barreiras para conseguir ocupar cargos, como também precisam superar obstáculos adicionais (AdobeStock/Reprodução)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 23 de dezembro de 2024 às 15h00.

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Sobrecarga de trabalho, adoecimento e pressão constante por excelência são alguns dos desafios enfrentados por mulheres negras em posições de liderança no Brasil. Para discutir esses temas e encontrar soluções, a Fundação Lemann reuniu profissionais de diferentes setores para superar os obstáculos estruturais que ainda dificultam a ascensão profissional dessa parcela da população.

Trata-se do segundo Encontro Aquilomba, realizado em São Paulo, que reuniu 90 lideranças negras que integram a rede de Líderes da Fundação. São, ao todo, 700 integridades comprometidos com o desenvolvimento e impacto social.

Os relatos das participantes refletem uma realidade conhecida no mercado de trabalho brasileiro: mulheres negras não apenas enfrentam mais barreiras para conseguir ocupar cargos, como também precisam superar obstáculos adicionais para crescer em suas carreiras.

“Sabemos que representatividade não é apenas uma questão de justiça social, mas também uma força transformadora para o impacto social e econômico que desejamos gerar”, conta Alessandra Benedito, vice-presidente de Equidade Racial da Fundação Lemann.

A importância de redes de apoio emergiu como tema central nas discussões. Em um cenário onde mulheres negras são as mais afetadas pelo desemprego e acumulam, majoritariamente, as responsabilidades do trabalho doméstico não remunerado, criar conexões profissionais torna-se fundamental.

Para Benedito, é necessário olhar além dos desafios individuais. "Quanto mais a gente se conhece, melhor consegue lidar com os desafios que estão em todos os lugares, e também com o racismo", afirma.

Selma Moreira, vice-presidente de Diversidade, Equidade e Inclusão do J.P. Morgan, compartilhou sua experiência: "Meu processo passou por me entender no mundo. É preciso ter muita segurança de quem você é", disse, destacando como o racismo estrutural impacta a construção da autoestima profissional.

Mudança sistêmica

As participantes enfatizaram que, embora o networking seja importante, a verdadeira transformação requer mudanças nos sistemas e nas organizações. A discussão apontou para a necessidade de políticas afirmativas mais robustas e mudanças culturais nas empresas.

"É preciso entrar para gerar a transformação por dentro", defendeu Benedito, ao mesmo tempo em que outras participantes destacaram a importância de construir pontes para que mais mulheres negras possam acessar posições de poder.

Dos 700 líderes que integram a iniciativa, 30% pessoas pretas, pardas e indígenas. Para Luciana Novaes, gerente de Marca e Posicionamento da Fundação Lemann, a autenticidade é fundamental nesse processo: "No momento em que parei de tentar me enquadrar, consegui ocupar meu espaço com mais tranquilidade".

Diferentemente da competitividade típica dos ambientes corporativos, as participantes enfatizaram a importância da colaboração e do suporte mútuo como estratégias de fortalecimento coletivo, como a criação de grupos de afinidade e o aquilombamento. "É importante se reconhecer na luz de outras mulheres", concluiu uma das participantes, evidenciando como a sororidade pode ser um instrumento de transformação social.

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