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Em Davos, Brasil faz negócio, debate desigualdade e sente falta do governo, diz CEO do Pacto Global

Em entrevista à EXAME, Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU - Rede Brasil, comenta o que tem acompanhado in loco no Fórum de Davos e as perspectivas da participação de brasileiros e do posicionamento do País

Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU no Brasil (Leandro Fonseca/Exame)

Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU no Brasil (Leandro Fonseca/Exame)

Marina Filippe
Marina Filippe

Repórter de ESG

Publicado em 17 de janeiro de 2024 às 09h08.

Última atualização em 18 de janeiro de 2024 às 11h38.

Ao longo desta semana, acontece na Suíça o Fórum de Davos, encontro anual do Fórum Econômico Mundial. Com o tema "Reconstruindo a Confiança", o evento que reúne chefes de estado, executivos do setor privado e representantes da sociedade civil tem como norte quatro temas principais: segurança e cooperação em um mundo fragmentado; criação de empregos e crescimento em uma nova era; a Inteligência Artificial como motor da economia e da sociedade; e estratégia para o clima, a natureza e a energia. Neste cenário, Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU - Rede Brasilfalou à EXAME sobre o que tem acompanhado in loco e as perspectivas da participação de brasileiros e do posicionamento do País. 

"Em Davos, há cerca de 60 chefes de estado e grande parte dos maiores empresários do mundo discutindo os rumos da nova economia, o que torna imprescindível a presença dos brasileiros. É ótimo ser representado pela ministra Marina Silva e a ministra Nísia Trindade, mas é inegável a falta do presidente Lula, do vice-presidente Alckmin e do ministro da Fazenda Haddad, uma vez que o Brasil tanto fala sobre a necessidade de protagonismo para além de momentos como o G20, evento previsto para este ano, e a COP30, no ano que vem", diz.

Para Pereira, o exemplo disto é também visual, uma vez que o pavilhão do Brasil na COP28, a Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas, que ocorreu em Dubai no mês passado, estava mais modesto do que, por exemplo, da Etiópia que tinha uma minifloresta no espaço. E, agora, quando o país não marca presença na Promenade, avenida de Davos na qual os comércios se tornam "casas" dos países presentes. "Há cerca de 40 países representados na Promenade o Brasil não é um deles. É algo simbólico, mas que faz diferença neste momento".

Para além do simbolismo, Pereira tem conversado com executivos brasileiros que entenderam a importância de Davos e aproveitam o momento para fazer negócios internacionais. "Um deles me afirmou que tem cinquenta reuniões marcadas para esta semana". As oportunidades são em diferentes áreas, sendo as discussões de clima, desigualdades sociais, saúde e uso da inteligência artificial alguns dos destaques.

"Nesta terça-feira acompanhei um evento com o CEO da Microsoft, Satya Nadella, que abordou a cooperação Sul-Sul Global, enquanto um representante da África do Sul falou, por exemplo, da dificuldade no acesso às vacinas. Em outra conversa, conduzida por Paul Polman, conselheiro do Pacto Global, a discussão do salário digno foi iniciada por Jean-Pascal Tricoire, Chairman da Schneider Electric".

Segundo Pereira, o executivo lembrou que o salário digno é associado aos outros ao considerar, por exemplo, que não há justiça climática quando tantas pessoas estão na zona da pobreza. "É esse tipo de pensamento que os executivos de todo o mundo precisam compartilhar". Outra abordagem recorrente dos executivos têm sido não só como desenvolver a inteligência, mas especialmente o uso responsável por parte de todos de modo a não aprofundar os problemas.

Plataforma global para a preservação da floresta e da biodiversidade

O Pacto Global da ONU aproveitou o Fórum para lançar uma plataforma de sistemas alimentares, desenhada há um ano e meio, inicialmente por representantes da Noruega, com co-criação do Brasil e participação de líderes empresariais e funcionários das agências ONU de 30 países. "Envolvemos todos os setores de produção que estão conectados com a produção de alimentos, como energia, agricultura e transporte. Isto é, os responsáveis por 80% das emissões de CO2".

A intenção é ter um olhar especial com os envolvidos para a biodiversidade e o desmatamento. No Brasil também será lançado um movimento que estabelecerá metas de combate ao desmatamento pelo setor privado. "Escuto muita gente falando que é preciso acabar com o desmatamento, mas ainda não há uma iniciativa empresarial para isto. É preciso ação também das companhias e, por isto, lançaremos o movimento", afirma Pereira.

Por fim, o executivo reforça como o Fórum de Davos é uma bússola para os temas urgentes. "Até o fim da semana outras discussões acontecerão e, provavelmente, irão reforçar como é preciso unir a tecnologia com o desenvolvimento social e o combate ao aquecimento global. Sempre envolvendo todos os atores da sociedade", finaliza.

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