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Em Cannes, experiências sob a perspectiva da favela ampliam debate sobre inclusão na publicidade

Celso Athayde relata, da França, os acontecimentos no maior festival de comunicação do mundo, a partir da visão de quem luta para conquistar espaços

Cannes, na França, hospeda o maior festival de comunicação do mundo  (kolderal/Getty Images)

Cannes, na França, hospeda o maior festival de comunicação do mundo (kolderal/Getty Images)

Celso Athayde
Celso Athayde

CEO da Favela Holding

Publicado em 19 de junho de 2023 às 06h59.

Nesta semana, tive a oportunidade de vivenciar um momento verdadeiramente transformador em minha vida. Como um ex-morador de favela, vi a massa entrando em Brasília para produzir o acontecimento mais importante na política dos últimos tempos, que foi a produção da Frente Parlamentar das favelas.  O primeiro passo foi gigante, mas a luta continua. E cá estou eu, novamente, partindo para as “zoropa” conquistar espaços para o povo oprimido.

Confesso, nunca imaginei que teria a chance de palestrar no evento de comunicação e publicidade mais prestigiado do mundo: o Festival de Cannes. Ainda estou no avião e já vou dividindo a expectativa dessa experiência única. Prometo que vou tentar contar a vocês um pouco de cada dia do que vou viver lá.

Desde cedo, cresci cercado por obstáculos, só que nunca aceitei o destino que planejaram pra mim.  Sempre mantive a determinação de mudar minha realidade. Aos poucos, fui me especializando em ser um poliglota, falando um favelês fluente e me virando como posso no português. Ser compreendido era o foco. Nunca imaginei que trabalharia com comunicação, nem achava que tinha algum talento para tal.  Até que o tempo passou e em 2015 criamos a primeira holding social do mundo.

A Favela Holding hoje tem 27 empresas e três ou quatro são da área de comunicação. O ponto é que nos últimos anos recebi, em nome dessas empresas, mais de 100 prêmios. Destaco dois, não por serem mais importantes, mas por estarem alinhados com essa viagem: Empreendedor Global de Impacto e Inovação, pelo fórum econômico mundial em Davos, e o Prêmio Caboré, o mais importante da indústria de comunicação do Brasil. Para ser franco, até ganhar eu não tinha a menor ideia que o prêmio existia. E daí? Lá estava eu  subindo ao palco e reverenciando a favela. Expressando a minha luta e decisão de lutar contra as limitações que a vida me impôs.

Palestrar para super profissionais do mercado publicitário em eventos como o Festival de Cannes pode ser uma experiência emocionante e desafiadora. Aqui estão algumas possíveis perspectivas sobre como essa experiência poderá ser:

  • Rede de contatos: Ao palestrar em um evento renomado como o Festival de Cannes, temos a oportunidade de conhecer e interagir com profissionais influentes da indústria. Essa pode ser uma chance valiosa de estabelecer contatos, fazer conexões inimagináveis até pouco tempo atrás.
  • Reconhecimento e valorização: em geral temos valor na nossa quebrada quando passamos a ser reconhecidos fora dela, não sei se isso acontece apenas no brasil.
Ao palestrar em um ambiente como esse, você passa a ocupar um lugar de destaque e, naturalmente, outros convites virão a partir dele. Isso demonstra que sua história e sua mensagem são consideradas relevantes e valiosas para a audiência presente.

Pode ser importante sobre o aspecto de impacto positivo, também, porque quando falamos de nossa experiência a partir da favela ampliamos a reflexão sobre oportunidades, igualdade, inclusão e diversidade.

Daí nosso papel aqui é inspirar mudanças, e fomentar um ambiente mais inclusivo nessa indústria tão influente na vida de toda a sociedade global.

Na boa, eu vou é dormir porque quero chegar lá no velho continente inteiro. Vou ficando por aqui e vou mandar notícia de Cannes para vocês todos os dias antes de dormir.

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