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É possível construir uma Agenda ESG sem as pessoas diversas?

Colocando mais foco e protagonismo no social para equilibrar a governança e o ambiental

A diversidade está além da pauta, baseada nos valores da empresa.  (Angelina Bambina/Getty Images)

A diversidade está além da pauta, baseada nos valores da empresa. (Angelina Bambina/Getty Images)

Sandra Roza
Sandra Roza

Coordenadora de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) e RI na Rede de Jornalistas Pretos pela Diversidade na Comunicação

Publicado em 29 de julho de 2023 às 08h05.

Vamos conversar sobre ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança), mas, especificamente, sobre as pessoas, representadas pelo S? Se a sua organização vive em uma corrida contra o tempo para atingir metas e objetivos para minimizar impactos ambientais e governamentais, talvez você esteja esquecendo do pilar Social. Afinal, sem as pessoas diversas não há Agenda ESG que se sustente. Isso é simples: imagine uma organização sem inovação e colaboradores, ela não funciona. Sem o dela funcionamento, não há lucro.

Nos últimos anos, muitas instituições vêm enfrentando, cada vez mais, inúmeros problemas para atrair, reter e engajar colaboradores, principalmente devido às condições de trabalho que vão contra à saúde integral, bem-estar e equilíbrio pessoal e profissional, como longas jornadas de trabalho, deslocamentos de mais de 5h, desorganização administrativa, cultura tóxica, assédios, discriminações, baixas remunerações, ausência de programas de diversidade e inclusão, entre outros.

Além disso, esses desafios também afetam os relacionamentos e engajamentos com os demais stakeholders, principalmente porque quando os clientes internos (colaboradores) não estão bem, a organização, que é movida por eles, também não está. Dessa forma, os riscos de crises reputacionais e os desalinhamentos institucionais, principalmente entre os pilares G e E, aumentam.

Nesse ponto, é relevante destacar que o pilar Social pode se perder, uma vez que a instituição deixa de lado o problema interno e foca, em muitos casos, apenas no relacionamento superficial com comunidades. Por exemplo, doações de cestas no fim de ano, ações pontuais de cultura e lazer, reformas de bens coletivos, entre outras. Todas elas são importantes, entretanto acabam sendo mais atividades filantrópicas, do que compromissos ESG de uma corporação.

Retomando ao título do artigo, é válido avaliar os problemas organizacionais internos, antes de adotar metodologias e consultorias para reduzir os impactos governamentais e ambientais. Muitas vezes, o S fica em último plano, na construção da Agenda ESG, porém sem as pessoas diversas não há engajamento, inovação nem alcance de metas e objetivos ESG. Já pensou nisso?

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